Tratada por dois adversários como um mau exemplo, Dilma Rousseff valeu-se de uma solenidade oficial para mostrar a Aécio Neves e Eduardo Campos que também pode ser um bom aviso: “Podem ter certeza, meu governo continuará governando, mantendo seu caráter republicano, mas nós não iremos recuar um milímetro da disputa política quando ela aparecer.”
A coisa aconteceu na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A solenidade destinava-se à entrega de máquinas para prefeituras de municípios mineiros. Dilma aproveitou que a plateia estava apinhada de prefeitos para tentar reduzir a pregação pela restauração da moralidade na Petrobras a mero discuso eleitoral.
“É muito usual durante os períodos de pré-campanha como é o de agora, e os de campanha, que haja a utilização de todos os instrumentos possíveis para desgastar esse ou aquele governo. Temos experiência disso. Por quê? Porque já enfrentamos isso em 2006, na reeleição do Lula, e em 2010 na minha eleição”, disse a presidente-candidata, sem mencionar nomes.
Dilma ainda não se deu conta. Mas talvez esteja retirando do passado as lições erradas. Lula reelegeu-se em 2006 e fez a sucessora em 2010 cavalgando o sentimento de continuidade. Hoje, informa o Datafolha, 63% dos brasileiros avaliam que o Planalto é gerido por uma presidente que não entregou o que prometera e sete em cada dez eleitores desejam mudanças.
De resto, o triunfo de Lula não apagou o mensalão. Julgada posteriormente, a cúpula do ex-PT encontra-se na penitenciária da Papuda. Vá lá que a Justiça brasileira seja uma loteria togada. Mas quem leva uma empresa como a Petrobras ao balcão e continua enrolado na bandeira da moralidade perde o nexo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.