O PMDB foi o partido que recebeu o maior número de novos filiados nos últimos seis meses. Na legenda ingressaram 5.793 pessoas. O recém-criado PSD surpreende e ocupa o segundo lugar no ranking, com 4.551 filiados. Os números estão no portal do Tribunal Superior Eleitoral. Em terceiro lugar no ranking, fica o DEM com 3.937.
Cada dirigente partidário encontra uma justificativa para a classificação apontada pela Justiça Eleitoral. O presidente estadual do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, observa que a legenda está em processo de crescimento, inclusive pela posição de destaque ocupada pelos líderes, como é o caso do senador licenciado Garibaldi Alves Filho, que hoje é ministro da Previdência.
Já o deputado federal Fábio Faria, do PSD, destacou que o segundo lugar no ranking de mais filiações no Rio Grande do Norte aponta que "o partido não nasceu para ser coadjuvante".
Presidente nacional do DEM, o senador José Agripino Maia admite que o partido não fez campanha de filiados, mas enaltece "os líderes de expressão do DEM".
A ex-governadora Wilma de Faria, do PSB, que está em quarto no ranking, acredita na retomada de filiados a partir de uma campanha de adesões que será iniciada.
PMDB
A deputado federal Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara dos Deputados, afirmou que a liderança do partido no ranking das legendas que mais conquistaram filiados no Rio Grande do Norte é reflexo do trabalho realizado pelos líderes e do patamar alcançado pelo partido nacionalmente.
"O PMDB é o partido com o maior número de filiados no país, temos a maior representação entre os municípios. Não tem um só município que você chegue no Brasil e não tenha uma representação do PMDB", comentou, enaltecendo a capilaridade dos peemedebistas.
O deputado Henrique Eduardo analisou que a forte influência das lideranças estaduais promovem esse crescimento do PMDB nos diversos Estados brasileiros. "O PMDB tem hoje o vice-presidente, é um partido de decisão, de resolver questões", ressalta.
Ao avaliar o crescimento da legenda no Rio Grande do Norte, o deputado federal observou que o aumento foi reflexo também das influências estaduais que alcançaram projeção nacional. "O PMDB do Rio Grande do Norte tem hoje um ministro, tem o líder do PMDB na Câmara e, se as coisas caminharem bem, poderemos ter a presidência da Câmara (em 2013)", destaca.
O presidente estadual peemedebista lembrou que nos últimos meses, que antecederam a data limite para filiação dos pré-candidatos, o partido conquistou 12 novos prefeitos potiguares e 70 novos vereadores.
PSD
Único representante do PSD na bancada federal potiguar, Fábio Faria considera que o número de filiações ao PSD no Rio Grande do Norte e no Brasil mostra que o partido não é mero coadjuvante. "O PSD já nasce muito forte. Nosso partido é a terceira maior bancada no Congresso Nacional", comentou.
Comparando o PMN, que integrava até pouco tempo, com o PSD, Fábio Faria ressaltou que o antigo partido tinha apenas quatro deputados, enquanto o PSD já aparece com 55.
"Hoje nossa situação (dos que saíram do PMN) é muito diferente. A aliança nacional é muito importante. Quando chega a formação das chagas é muito decisivo esse entendimento nacional", diz o deputado federal, lembrando que o presidente nacional do PSD Gilberto Kassab deu "carta branca" para as alianças que serão feitas no Rio Grande do Norte.
Analista destaca resultados da 'herança do MDB'
O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e cientista político João Evangelista afirma não ser surpresa o PMDB ocupar o primeiro lugar no número de novos filiados no Rio Grande do Norte nos últimos seis meses. Segundo ele, essa posição é ainda uma herança pelo fato do partido ter herdado todo esforço organizativo do antigo MDB. "O PMDB se beneficiou da polarização que tradicionalmente marcou a política do Estado. Primeiro o aluizismo (de Aluízio Alves) e dinartismo (contra Dinarte Mariz), e depois o aluizismo contra o maismo (da família Maia)", comentou.
Ele observou ainda que o PMDB não sofreu grandes alterações ao longo dos quarentas anos na política potiguar. "É razoável esperar que o partido esteja consolidado, analisou.
Ao analisar o patamar do DEM, que é o terceiro em número de novos filiados, o cientista político observou que o DEM ainda é herdeiro da polarização. "O Rio Grande do Norte é o único Estado onde o DEM ficou imune a ofensiva do PSD. O movimento de Robinson Faria (vice-governador) era canibalizar o DEM", analisou, acrescentando que a tendência do partido presidido pelo senador José Agripino Maia é de declínio, típico das legendas que durante anos foram governistas e hoje enfrentam a oposição.
Já o segundo lugar em número de novos filiados do PSD mostra, para o cientista político, que o partido já surge bem estruturado.
O professor João Evangelista também não se mostra surpreso com o fato do Partido dos Trabalhadores ter sido apenas o sétimo em receber novos filiados nos Estado potiguar. "O PT do Rio Grande do Norte tem a pequenez organizativa em relação ao Brasil. O Rio Grande do Norte é o Estado onde o PT tem a menor expressão em número de filiados", destacou o cientista político.
Ele faz duras críticas ao fato do PT potiguar estar a serviço de apenas "três lideranças políticas", em uma referência a deputada federal Fátima Bezerra, o deputado estadual Fernando Mineiro e o ex-vereador Hugo Manso. "O PT não cresce, bloqueia o acesso de novos quadros. A lógica do PT gira em torno de interesses de três lideranças que dominam o partido", completou.
Presidente do DEM admite 'negligência'
Presidente nacional do DEM, o senador José Agripino Maia admitiu que o partido negligenciou no trabalho de tentar conquistar novos filiados. No ranking do número de novos filiados a legenda está em terceiro lugar, com 3.937 filiados, atrás do PMDB e do PSD. "O número de filiados não é termômetro para o tamanho do partido. Se fizermos uma campanha de filiação chegaremos a 10 mil. Esse (o fato do DEM estar em terceiro lugar no número de filiados) não é assunto que nos preocupa", comentou.
Ele destacou que a despreocupação com o número de filiados ocorre porque "pela expressão das lideranças que estão no partido". "Elegemos os diretórios municipais há pouco tempo. A tarefa será desencadear o processo de filiação em cada município. Esse é o primeiro desafio dos novos diretórios municipais", destacou.
Para o presidente nacional do DEM o natural são os diretórios municipais se reestruturarem como preparativo para a campanha eleitoral de 2012.
Questionado sobre o fato do DEM estar atrás do PSD em número de filiados, o senador respondeu: "o Jornal Nacional (da Rede Globo) que o diga". A afirmação de José Agripino foi uma referência às denúncias feitas em rede nacional sobre o fato de que o PSD teria feito filiações suspeitas, inclusive de pessoas já falecidas. Embora a nova legenda tenha conseguido o registro no Tribunal Superior Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral continua a investigação sobre as denúncias contra o PSD.
Fonte: Anna Ruth Dantas
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