As atividades da Assembleia Legislativa (AL) do Rio Grande do Norte serão retomadas hoje com a perspectiva de mudanças substanciais no quadro das bancadas que compõem a Casa sobretudo face à criação de um novo partido, o PSD. A legenda que terá o comando do vice-governador Robinson Faria, beneficia o governo Rosalba Ciarlini (DEM), uma vez que abriga em seus quadros parlamentares antes pertencentes a siglas oponentes à atual administração estadual. Um deles é o deputado estadual Gustavo Carvalho, ex-líder do governo Wilma de Faria e eleito pelo PSB em 2010. O parlamentar confirmou, ao anunciar a adesão ao PSD, que deve passar a integrar a bancada da situação, uma vez que seguirá a orientação de sua nova legenda.
O governo começou o ano com o apoio de onze deputados e inicia o semestre com a expectativa de, desde já, aumentar os quadros para treze - além de Gustavo Carvalho, Poti Júnior, do PMDB, também faz parte dos cálculos. Uma vez consolidado, o novo cenário já dá maioria à gestão Rosalba Ciarlini.
O líder do governo na AL, deputado Getúlio Rêgo (DEM), ponderou sobre a nova e possivelmente mais abundante composição do governo no legislativo, mas admitiu que "já há uma manifestação preliminar de apoio de parlamentares". "Nós não estamos podendo explicitar agora sobre esse processo, tendo em vista as negociações formais que ainda estão acontecendo. Elas [as adesões] ainda não aconteceram na prática, são apenas conversas", reiterou ele. O democrata disse que somente hoje, com a retomada dos trabalhos, poderá visualizar, em termos quantitativos, o novo cenário de maneira concreta.
Muito mais por uma questão de bancada partidária (somente o PSD terá seis parlamentares) que por um diálogo permanente com os deputados, o governo vê alargar o quadro de aliados na AL. Durante o primeiro semestre deste ano deputados considerados "independentes" e até mesmo alguns da base de apoio reclamavam de um raro e acanhado diálogo da chefe do executivo com os membros do Poder Legislativo.
O deputado Getúlio Rêgo afirmou que os entendimentos com os parlamentares que demonstram simpatia em aderir à bancada do governo será conduzido pelo chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes, e terá a participação também do presidente da AL, Ricardo Motta. "Vamos começar a dialogar e compor uma maioria dentro da Assembleia. Um assunto que vai ser iniciado a partir de amanhã (hoje)", observou. Ele admite, porém, que Rosalba Ciarlini continua oficialmente com o apoio da minoria no legislativo. "Isso é o reflexo do que foi decidido nas urnas. E nós estamos contando, mesmo sem ser uma definição sólida e permanente de apoio, com a bancada de oposição na votação dos projetos do governo".
O apoio "institucional" ou de "Estado" de que trata o líder do governo na AL refere-se à votação de projetos que teoricamente beneficiam diretamente a população e que não oferecem resistência política quando da votação em plenário. O deputado Fernando Mineiro (PT), da bancada de oposição, garante a movimentação dos assentos dos parlamentares nas bancadas é natural. "Isso não altera muito até porque não teve nenhuma votação que ocasionou disputas entre os blocos. Essa polarização se dá muito em ano eleitoral não foi ano eleitoral", finalizou o petista.
Fonte: Anna Ruth Dantas
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