MENU

RN POLITICA EM DIA 2012 ENTREVISTA:

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

EXPLOSÕES EM BRASÍLIA: CORPO CONTINUA NO LOCAL. BOPE DETONA MAIS ARTEFATOS E ESPLANADA É FECHADA

Homem morto é identificado como autor das explosões na noite de quarta-feira; ele  reproduzia teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon

A região central de Brasília amanheceu com forte esquema de segurança e a Esplanada dos Ministérios fechada ao trânsito nesta quinta-feira (14), em função das explosões na noite anterior. Durante a madrugada, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) desativou “artefatos suspeitos” encontrados na área. Até o início da manhã, detonaram ao menos quatro objetos, por desconfiarem que fossem explosivos.

O corpo do homem apontado como responsável pela detonação de artefatos continuava no meio da Praça dos Três Poderes, 12 horas após ele tirar a própria vida, conforme testemunhas. Durante a madrugada, foi retirado uma espécie de cinto que estava nele. O material foi levado para outro ponto da praça e detonado pelo Esquadrão Antibomba do Bope no início da manhã desta quinta.

O homem foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. Ele era natural de Santa Catarina. Com o nome de urna Tiu França, ele concorreu às eleições municipais disputando o cargo de vereador pelo PL, no município de Rio do Sul (SC), em 2020. 

Em mensagens postadas nas redes sociais dele, pouco antes das explosões, era anunciada uma série de atentados na capital federal, começaria na quarta e terminaria no sábado (16). Francisco citou locais e nomes de possíveis alvos. Em seu perfil no Facebook, ele reproduzia teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita norte-americana.

Uma das publicações nas redes sociais de Francisco trazia ameaças a políticos e personalidades. Francisco escreveu que havia bombas aguardando o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ex-presidentes José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. 

Investigadores disseram que mensagens no WhatsApp indicam que ele planejou o atentado à bomba. “Algumas delas [mensagens] têm conteúdo que antecipavam o ocorrido no dia de hoje, manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições”, diz trecho da ocorrência registrada pela Polícia Civil do Distrito Federal ainda na noite de quarta, após ouvir testemunhas e policiais que estiveram no local do atentado. 

Investigadores apontam "motivação política"

O veículo que explodiu a menos de 500 metros da sede do STF é um Kia Shuma, com registro em Rio do Sul. Está em nome de Francisco Luiz.  Agentes contaram que homem que morreu vestia um terno e calça verde com estampas de naipes de cartas de baralho e usava um chapéu branco. A vestimenta remete à fantasia do personagem Coringa, vilão das histórias em quadrinhos.

A Polícia Civil confirmou que o carro explodido próximo à Câmara dos Deputados pertencia ao homem que morreu atingido por um artefato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Agentes citam na ocorrência que ele pode ter agido por motivações políticas. “[Foi] possível identificar uma possível motivação, tendo em vista o conteúdo político de postagens no perfil dele em suas redes sociais”, diz o boletim. 

A ocorrência registrada pela Polícia Civil contém ainda o relato de uma testemunha. Trata-se de um funcionário da segurança do STF. Aos agentes, ele disse que Francisco se aproximou da estátua da Justiça, colocou uma mochila no chão, retirou uma blusa e a arremessou na direção da estátua. Os seguranças chegaram perto e ele mostrou artefatos em seu corpo. “O indivíduo abriu a camisa e os advertiu para não se aproximarem”, informa a ocorrência. 

O segurança do STF contou ainda à Polícia Civil que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. Ele também carregava uma espécie de detonador. A testemunha relatou também que Francisco disparou “dois ou três artefatos” antes de se deitar no chão e detonar uma das bombas. “Na lateral, o indivíduo deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, conclui o registro. 

Fonte: Renato Alves/O Tempo

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.