Parentes expõem a angústia da espera por um desfecho. Mais da metade dos que sumiram durante a tragédia foram achados com vida
Passados dois meses do início dos temporais, ainda há 33 desaparecidos em 17 municípios gaúchos, de acordo com a Defesa Civil gaúcha. A lista chegou à marca de 140 pessoas no décimo dia de chuvas, o ápice da marca. A grande maioria sumiu ainda nas primeiras e mais intensas 72h da chuva, entre 29 de abril e 1º de maio. A essa altura, boa parte dessas famílias já não acredita mais que irá conseguir encontrar seus parentes com vida, mas se apega à esperança de poder descobrir o que aconteceu com eles e à possibilidade de um desfecho para a tragédia.
— A ficha não cai — resume Adriano. — Todos os dias procuro ler as reportagens, na esperança de que tenham achado mais alguém, para que a gente possa se de despedir pelo menos, saber onde eles estão.
Até agora, foram achados os corpos de Dorly Brino, de 57 anos, irmão de Adriano, e de duas filhas de Dorly: Gabriela Brino, de 9 anos, e Maria Eduarda Brino, de 20. Eles já foram sepultados. As buscas continuam por Elírio Brino e Erica Brino, de 78 anos, patriarcas da família, e pela esposa de Dorly e mãe das meninas, Janice Brino, de 49 anos.
— Um primo nosso havia acabado de sair de lá e já chovia muito. Foi o tempo de chegar em casa, ali perto, e ele conta que ouviu um estouro, como se um avião tivesse caído. Quando viu, o deslizamento já tinha levado a casa , havia muita terra, uma nuvem de fumaça. Pegou toda a granja da família e foi descendo tudo. Mais de 500 suínos morreram, o gado foi todo arrastado para o rio... Só restou um boi. Meu pai nasceu ali, antes era casa do meu avô, e nós nunca vimos nada parecido com isso.
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Fonte: Arthur Leal/O Globo
Foto: Arquivo Pessoal
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