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domingo, 9 de junho de 2024

"AS MÍDIAS SOCIAIS IMPUSERAM UM PADRÃO ESTÉTICO QUE NÃO EXISTE", DIZ CIRURGIÃO PLÁSTICO

Marcelo Araújo, médico do Hospital Albert Einstein, fala sobre o panorama e as tendências da cirurgia plástica no país


O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Estima-se que os EUA e o Brasil tenham o maior número de cirurgiões plásticos, com mais de 30% do total mundial. Entre os médicos brasileiros, um dos principais expoentes é o cirurgião plástico Marcelo Araújo, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Araújo se especializou na clínica do Pitanguy, atuando diretamente com o mestre Ivo Pitanguy, considerado um dos maiores cirurgiões plásticos do mundo. Hoje, Araújo é um dos cirurgiões mais procurados do país, incluindo por famosos e pessoas públicas. Mas o médico é bastante discreto em relação aos seus pacientes. Ele se diz privilegiado pode ser procurado por pessoas públicas ou pessoas “que fizeram história dentro das suas carreiras ou das suas vidas”.

— Mas eu tenho um lema que quem tem que ser famoso é o meu paciente, não o médico.,

Em entrevista ao GLOBO, ele fala sobre o panorama atual da cirurgia plástica no país e o que esperar para os próximos anos.

Quais são as cirurgias plásticas mais procuradas atualmente?

A cirurgia corporal saiu na frente e corporal ainda é a mais prevalente, principalmente lipoaspiração e mamoplastia, porque ela pega todas as idades. Mas o que estamos vendo nos últimos anos é um crescimento grande das cirurgias de face. Isso inclui pálpebra, face e rinoplastia. A face é uma área mais exposta, com uma anatomia mais complexa e acho que precisou chegar num nível de evolução técnica que o paciente se sentisse seguro de que seria uma cirurgia natural em termos de resultado.

Podemos dizer que o resultado das cirurgias plásticas ficou mais natural?

Sim, os resultados hoje são mais naturais por muitos motivos. Para começar, houve uma melhora das técnicas de cirurgia. Além disso, os pacientes chegam para o médico com uma melhor qualidade de pele, parecendo mais jovens e a cirurgia fica menor, mais natural. Isso só foi possível devido ao surgimento de recursos tecnológicos para cuidar da pele, como laser, botox, ultrassom, entre outros. Outros recursos tecnológicos, como simulação 3D em computador, permite que o médico entenda o que melhor o que paciente deseja, desde que utilizado. Essa simulação não é usada como uma promessa de resultado, mas para ouvir a paciente. Por exemplo, é possível simular uma redução de nariz e ouvir da paciente se ela acha aquilo pouco ou muito. O mesmo serve para volumes de mama. Com essas ferramentas conseguimos orientar melhor o paciente quanto ao resultado e a maioria das pacientes entendem hoje que o proporcional, seja no nariz ou na mama, é o mais bonito e é o melhor.

Os tratamentos não cirúrgicos ajudam o cirurgião?

Os tratamentos não cirúrgicos vieram para retardar ou deixar a cirurgia mais leve, para que a pessoa envelheça mais devagar. Mas cabe um alerta. Nos últimos cinco anos temos notado um exagero de alguns procedimentos não cirúrgicos, em especial os preenchimentos. Por serem de mais fácil acesso, não precisarem de internação cirúrgica, poderem ser feitos direto no consultório de várias especialidades médicas, houve, na minha visão, um abuso do uso desses injetáveis. Temos recebido muitos pacientes para retirada desses preenchedores. Esse era um fenômeno que eu não observava antes de cinco anos. Antigamente, as pessoas exageravam na cirurgia, agora, o exagero está acontecendo na outra ponta.

Qual é o perfil dos pacientes atualmente, em termos de idade?

Tem chegado não só pacientes mais jovens, como mais idosos. Hoje eu também tenho muitos pacientes acima de 80 anos no meu consultório, o que não tinha antes. Os mais jovens procuram mais cirurgia no nariz, prótese de mama e lipoaspiração. Nos idosos, são as cirurgias de rejuvenescimento facial. Face, pescoço e cirurgia de pálpebra são as mais comuns.

Existe uma idade mínima para idade mínima para a realização de procedimentos estéticos?

Em geral, nas crianças fazemos cirurgias reparadoras devido a trauma, queimadura, acidente ou deformidades congênitas, como lábio leporino e deformidades craniofaciais. Com exceção da cirurgia de orelha proeminente, que pode ser realizada a partir dos seis anos de idade. Quando falamos de cirurgias estéticas, como mama, lipoaspiração e nariz, o ideal é que esse paciente já tenha completado quase todo o ciclo de crescimento, o que em geral acontece a partir dos 15 ou 16 anos.

Fonte: Agência O Globo

Foto: Reprodução/internet

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