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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

PERNAMBUCO ESTUDA TROCAR CARNAVAL DE RUA POR DESFILES DE BLOCOS EM CLUBES E ESTÁDIOS COM CONTROLE VACINAL EM 2022

Todas as decisões devem ser referendadas pelo Comitê de Acompanhamento à Covid-19. Proibição do carnaval foi recomendada pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste.

O governo de Pernambuco estuda trocar a realização do carnaval de rua em 2022 por desfiles e apresentações de blocos carnavalescos em espaços fechados como estádios, clubes e parques de exposição. Isso, segundo o secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes, seria para permitir um controle vacinal dos participantes e garantir a realização do carnaval 2022.

Segundo o secretário, no entanto, todas as decisões deverão ser referendadas pelo Comitê de Acompanhamento à Covid-19, chefiado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Um posicionamento oficial sobre a festa só deverá ocorrer no início do ano.

"Surge, aí, uma oportunidade de poder se viabilizar espaços, equipamentos públicos ou clubes privados para a gente poder realizar festas, eventos, seja com blocos privados e outros tipos de festas em ambientes em que é possível esse controle da vacinação. E aí surge essa alternativa que pode ser estudada de Geraldão, Arena de Pernambuco, Centro de Convenções", afirmou o secretário.

Na terça-feira (21), a Troça Carnavalesca Pitombeira dos Quatro Cantos anunciou que não vai sair às ruas de Olinda em 2022, mas que deve realizar eventos fechados para celebrar os 75 anos de fundação. Outras agremiações da cidade, como o Homem da Meia-Noite e o bloco Eu Acho É Pouco, também já anunciaram que não vão desfilar.

"A gente já sabe que tem um formato em que a festa não pode acontecer, sem controle de ambiente, sem controle para saber se as pessoas que estão participando da festa têm a vacina. Então, festas abertas, mesmo com a ampliação da vacinação maior que 80% [entre os maiores de 12 anos], as autoridades sanitárias, os conselhos, a ciência recomendam que ela não aconteça. Não vou dizer que está descartado, mas possivelmente não vai acontecer no formato que a gente conhece", declarou Novaes.

A proibição do carnaval e também de festas de réveillon foi recomendada pelo Comitê Científico do Consórcio Nordeste, que reúne os nove estados da região. A decisão levou em conta principalmente o risco de contaminação pela variante ômicron do coronavírus.

"Nosso carnaval tem essa característica de ser um carnaval de rua, com grandes blocos, como o Galo da Madrugada, e blocos menores, que acontecem todos os dias, em Olinda, mesmo agora no pré-carnaval. Então, a gente também tem essa atenção para que esses blocos possam se apresentar", afirmou Novaes.

O secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou em novembro que o que pode valer para janeiro e fevereiro é a definição dos eventos com até 7,5 mil pessoas, com 100% do público vacinado, como previsto atualmente pelo Plano de Convivência com a Covid-19.

Em Pernambuco, no entanto, é comum a realização de prévias carnavalescas e eventos durante o período festivo que reúnem dezenas de milhares de pessoas, como o Olinda Beer, realizado tradicionalmente no Centro de Convenções. Em 2018, por exemplo, 70 mil pessoas compareceram.

Se as regras atualmente em vigor se mantiverem até o período do carnaval, esse tipo de evento também deverá seguir o limite de 7,5 mil pessoas, todas vacinadas contra a Covid-19 com ao menos duas doses ou a vacina em dose única da Janssen.

"Tudo isso pode ser analisado, mas quem dará a última palavra no que diz respeito a isso é o secretário de Saúde do estado, junto do governador Paulo Câmara, tendo em vista todos os dados que vão ser levantados ao longo dos próximos dias, das próximas semanas", complementou Rodrigo Novaes.

Fonte: G1
Foto: Marlon Costa

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