Caso se arrasta há dois anos na Câmara e parlamentar paranaense é acusado de abusar das prerrogativas de deputado ao invadir um hospital
Pela segunda vez nesta legislatura, o deputado Alexandre Leite (DEM-SP) apresenta voto no Conselho de Ética pela cassação do mandato do colega Boca Aberta (PROS-PR). Na primeira, em 2019, os conselheiros, num acordo, transformaram a punição em suspensão do mandato por seis meses. Boca Aberta, ainda assim, recorreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e conseguiu que o caso retornasse ao colegiado. Agora, o relator, novamente, defende a perda do mandato do parlamentar paranaense.
Leite lista quatro razões para defender a cassação do mandato de Boca Aberta: enganar o STF com litigância de má-fé, fraudar o andamento dos trabalhos no conselho, abuso de prerrogativas ao invadir um hospital no interior do Paraná e apresentação de documento fraudado.
"Há uma afronta aos valores éticos e morais da comunidade, um comportamento contrário ao que percebido como razoável pelo próprio homem médio, um ato capaz de comprometer a percepção da sociedade sobre o Parlamento. O cometimento de ações impróprias por congressistas produz, como efeito colateral, um dano à imagem social desfrutada pelo Legislativo. A instituição prejudica-se em razão dos atos dos respectivos membros" - afirma Alexandre Leite no seu voto.
O relator diz que Boca Aberta manipulou a verdade dos fatos, fez uso de prerrogativas para atingir a honra dos colegas, com acusações contra o deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), de cidadãos e servidores públicos.
Boca Aberta faz deputada chorar e ouve que merece "tapa na cara"
Conhecido por sua verborragia e baixa produção parlamentar - além de circular com a camisa do Londrina Esporte Clube pelos corredores da casa -, o deputado Boca Aberta tem se mantido no mandato graças ao corporativismo de seus pares. A acusação: ele invadiu um hospital em Jataizinho, no Paraná, foi ao local onde o médico dormia e o humilhou.
Fonte: O Globo
Foto: Agência Câmara
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