O fato que ressalta aos olhos, que se questiona, e que desata revolta, é que os 10 países mais ricos compraram 90% de toda a produção mundial de vacinas — para uso próprio ou para sentar-se em cima dos seus estoques.
Não bastou apenas comer. Fez questão de lambuzar-se.
Enquanto suas populações já atingem entre 60-70% de vacinados com duas doses, os ditos deserdados terceiro-mundistas não completaram dois dedos de uma mão.
O maior jornal de língua espanhola, o madrilenho EL PAÍS, classifica em editorial a decisão como um ‘fracasso moral do ocidente’, ‘uma obscenidade’.
Além da triste constatação do enorme fosso a separar povos e cidadãos em primeira, segunda e décima classe, evidencia a desumanização reinante, a política equivocada de Estado do ‘meu pirão primeiro’, mesmo que isso seja desinteligente a todas as luzes.
Por que o afã de só proteger as populações dos países de alta renda, se a estratégia correta para o controle da pandemia terá de passar obrigatoriamente por vacinação em massa de todo o mundo — branco, negro, amarelo, cafuzo — única maneira de evitar a propagação viral, o surgimento das temíveis variantes, e assim atingir o equilíbrio dos índices de cura, etcetera.
A virose só será vencida quando todos os continentes tiverem as suas populações vacinadas. Este é o consenso do mundo da ciência, tão citado ultimamente, e tão manipulado por intenções insinceras.
A seguir com essa política desumana e míope os países endinheirados, no futuro, serão inscritos entre os maiores genocidas da história da humanidade.
Cabe a pergunta: quando a imprensa profissionalizada, as redes sociais, os nossos políticos tão parciais e sectários levantarão as vistas e começarão a enxergar a carpintaria desse genocídio em marcha?
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COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.