A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu na quarta-feira o prazo para analisar um pedido de uso emergencial para a vacina Covaxin por falta de documentos. A vacina indiana contra a covid-19 é centro de um escândalo que envolve suspeitas de superfaturamento e pressão sobre servidores da pasta para que o negócio fosse aprovado.
O pedido foi encaminhado à Anvisa nesta terça pela Precisa Medicamentos, representante no Brasil da fabricante do imunizante, a indiana Bharat Biotech, e deveria ser analisado em até 30 dias.
A Anvisa afirmou ter verificado, após uma triagem inicial, que a intermediária brasileira não apresentou ou apresentou apenas parte de documentos “obrigatórios e essenciais para avaliação da eficácia e da segurança” da vacina.
“O prazo para a conclusão da análise da Anvisa encontra-se suspenso até que a empresa apresente as informações necessárias”, disse a agência em nota, afirmando ter notificado a Precisa Medicamentos para fornecer as informações pendentes em caráter de urgência.
Segundo a agência, faltam, entre outros documentos, relatórios de estudos pré-clínicos de segurança e imunogenicidade, informações completas referentes a estudos clínicos e diversos outros dados relativos à segurança e eficácia da vacina.
A Anvisa já havia autorizado a importação do imunizante, mas, também por falta de documentos, havia liberado a vinda de apenas 4 milhões de doses.
Ministério da Saúde suspendeu compra
A CPI da Pandemia, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal apuram supostas irregularidades no contrato firmado entre a Precisa e o Ministério da Saúde para a aquisição de 20 milhões de doses do imunizante, a 15 dólares cada – o que faz da vacina a mais cara já negociada pelo governo brasileiro.
Na terça-feira (29), o Ministério da Saúde anunciou a suspensão o contrato de compra das 20 milhões de doses da Covaxin. “Não é mais oportuno importar as vacinas neste momento”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à rede CNN Brasil.
A suspensão do contrato de compra foi anunciada após o presidente Jair Bolsonaro ser alvo de uma notícia-crime junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de prevaricação. O pedido foi apresentado por um grupo de senadores liderado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia.
Os senadores acusam Bolsonaro de ignorar suspeitas de corrupção na aquisição das vacinas, que não foram diretamente contratadas com o laboratório indiano, mas com uma atravessadora, a empresa brasileira Precisa Medicamentos, que tem como sócia a Global Gestão em Saúde, companhia que já foi alvo de suspeitas de irregularidades em contratos com o governo em 2017
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Fonte: Correio do Brasil
Foto: Reprodução
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COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.