Durante anos a palavra foi usada correntemente para designar o colapso cardíaco, no sentido de infarto do miocárdio.
— Morreu de quê?
— De um colapso.
Atualmente a expressão amplia sua abrangência, torna-se a marca da situação sanitária do País, nomeando sua incapacidade de enfrentamento ou, mais grave - sua derrocada, ruína da assistência à saúde - o dito colapso do sistema nacional de saúde.
Trata-se da mais grave situação a que se pode chegar, um estado de calamidade pública!
Aquele em que a cidadã ou cidadão brasileiro portador de Covid 19, caso tenha seu quadro clínico agravado, e necessite internamento hospitalar, dificilmente terá um leito à sua espera. Valendo igualmente para a rede pública e privada. Momento em que ter um Plano de Saúde privado pode não fazer qualquer diferença em relação a pacientes que apenas contam com o SUS de sempre.
O paciente doente tendo se transformado em mais um número hipotético de hipotética fila que não anda. Muitos não terão tempo para seguir na espera. A fila é demais pro seu fôlego curto, curtíssimo.
De repente o País todo avermelhado nos mapas da Covid. Enquanto países do mundo inteiro mostram seus gráficos aplanando-se, aqui nossas linhas seguem em direção às alturas do descalabro.
Vacinas não foram adquiridas em tempo hábil para interromper a crônica de mortes anunciadas. E aí os vírus circula livremente, numa velocidade estonteante, mutando ao azar. A seguir assim, logo seremos um caldeirão de variantes, ou novas cepas, metendo medo ao mundo - o daqui e de alhures.
Restam-nos hoje as medidas elementares de um ano atrás: álcool gel, abençoadas e surradas máscaras, e o distanciamento social.
Começo a querer acreditar num gesto de misericórdia mundial de países compradores de vacinas - compradas em excesso, o que se sabe -, bem ao gosto do capitalismo e seus acúmulos.
Mas, creio mesmo é no medo que o Brasil de hoje infunde em todos os povos. O perigo que representa. Quem está quase limpinho das mazelas da Covid não vai querer conviver com um elemento relaxado, perigoso e letal como o Brasil.
Então... talvez, e só por isso, as vacinas poderão - quem sabe - chegar-nos como ‘presentes’.
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COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.