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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

FEMINICÍDIO: BRASILEIRA MORTA PELO MARIDO É ENTERRADA EM PARIS QUATRO MESES E MEIO APÓS O CRIME

Velório contou com um padre do Brasil, o pai e o irmão da vítima, além de membros do coletivo Mulheres da Resistência

Depois de quatro meses e meio de espera, a família da paranaense Franciele Alves da Silva, 29 – vítima de feminicídio na região parisiense em 25 de setembro de 2020 –, pôde finalmente enterrá-la nesta segunda-feira (15), em Paris, após um velório que contou com um padre brasileiro, o pai e o irmão da vítima, além de membros do coletivo Mulheres da Resistência. 

“Eu me sinto mais aliviado. Acho que, apesar de não estar onde ela queria estar, ela está em um cemitério, agora pode descansar em paz”, disse o pai de Franciele, Jurandir da Silva, 62, referindo-se à vontade expressa pela filha, reiteradamente, quando se sentia ameaçada pelo marido, de que “se algo acontecesse”, gostaria de ser enterrada ao lado de sua avó em Maringá (PR), sua cidade natal. 

“Não seria justo eu voltar para o Brasil e deixar a minha filha no Instituto Médico Legal, sem o direito a uma cerimônia, uma despedida”, completa Jurandir, sobre o tempo que o corpo teve de ficar no IML.

"Que nosso combate não nos leve novamente ao cemitério" 

A vinda de Jurandir e Thiago Silva, irmão de Franciele, para a França, assim como os custos da estadia e dos processos que correm na Justiça, foram inteiramente financiados pela arrecadação promovida pelo coletivo Mulheres da Resistência (Femmes de la Résistance), capitaneado pela baiana Nellma Barreto.

"Este trabalho coletivo é muito importante para que não haja mais nenhuma Franciele, que nosso combate à violência doméstica não nos leve novamente ao cemitério e sim à libertação das mulheres por uma vida sem violência”, disse Nellma, que acompanhou pessoalmente a família da vítima desde que o crime foi revelado. 

Segundo Jurandir, a cerimônia desta segunda-feira “foi muito bonita, apesar de curta, por causa da pandemia”. A família se prepara para voltar para o Brasil nesta quarta-feira (17). No entanto, os processos para a repatriação do corpo da jovem para o Brasil e também pela guarda de seus filhos de 5 e quase 3 anos de idade continuam em andamento.

“Volto para o Brasil mais tranquilo depois que pude me despedir da minha filha. O foco agora é nas crianças”, diz Jurandir, que vai aguardar as decisões judiciais em Maringá, onde mora. Seguindo a tradição francesa, o velório aconteceu com o caixão aberto, apesar de o corpo de Franciele ter passado por três autópsias e de estar no IML desde 25 de setembro de 2020, data do crime.

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Fonte: Paloma Varón/Época Globo

Foto: Arquivo pessoal

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