Em um discurso curto, com tons eleitorais, o presidente dos EUA, Donald Trump, partiu para o ataque contra a China, acusando o país de ser o principal responsável pela pandemia do novo coronavírus. Tradicionalmente o segundo a falar na sessão de Debates Gerais da Assembleia Geral da ONU, Trump expôs suas palavras por vídeo, a partir da Casa Branca.
A fala é a quarta proferida pelo republicano que, no passado, já ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte, em 2017, e que foi alvo de risadas (diplomáticas) em 2018, quando afirmou ter feito "mais do que qualquer outro governo americano na História". Trump discursou depois do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e do secretário-geral da ONU, António Guterres, que voltou a fazer um apelo por um cessar-fogo em todos os conflitos globais durante a pandemia.
"Vírus chinês"
Usando o termo "vírus da China", Trump abriu seu discurso de apenas sete minutos citando algumas das ações adotadas durante a pandemia, como a fabricação em massa de respiradores, e a corrida por uma vacina ainda este ano (de preferência antes da eleição de novembro). Indo além, acusou a China de ser a grande responsável pela pandemia, citando as críticas feitas à proibição de viagens adotada pelos EUA, e dizendo que Pequim mentiu sobre a doença, defendendo uma ação da ONU contra o país.
— O governo chinês e a Organização Mundial de Saúde, que é virtualmente controlada pela China, falsamente declararam que não havia evidências sobre transmissão entre humanos. Depois, falsamente disseram que pessoas assintomáticas não transmitiam a doença. A ONU precisa responsabilizar a China por suas ações — afirmou Trump.
Provocação ao Irã
Em tom de campanha, louvou as capacidades militares dos EUA, além dos acordos comerciais fechados com nações como o México. Em uma provocação direta ao Irã, elogiou a saída do acordo nuclear e citou nominalmente o assassinato do general Qassem Soleimani, em janeiro, como um dos grandes atos de seu governo. Ainda prometeu uma solução duradoura para o Afeganistão, incluindo a saída das tropas americanas hoje no país.
— Os EUA estão cumprindo seu destino de pacificadores. Mas é uma paz através da força — declarou, dizendo ainda que seu poderio militar está "mais forte do que nunca".
"EUA em primeiro lugar"
"Eu coloquei os EUA em primeiro lugar, assim como vocês deveriam colocar seus países em primeiro lugar", afirmou, mantendo a linha nacionalista e eleitoral, encerrando o discurso dando a entender que, no ano que vem, ele voltará a fazer um discurso na mesma Assembleia Geral.
— Tenho a confiança suprema de que, no próximo ano, quando nos reuniremos pessoalmente, isso será em meio a um dos maiores anos de nossa História e, francamente, espero, da História mundial — concluiu.
Acordos de Paz
Antes do discurso de Trump, a representante dos EUA no plenário fez elogios aos acordos mediados entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, assinados este mês. Também mencionou a estratégia de aproximação entre Washington e a Coreia do Norte, citando os encontros com o líder norte-coreano, Kim Jong Un. A apresentação mencionou, em tons elogiosos, as ações para o Afeganistão, dizendo que elas fizeram o mundo "um lugar mais seguro".
Fonte: Extra
Foto: Mike Segar/Reuters
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