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quinta-feira, 26 de março de 2020

RIO DE JANEIRO: RESTAURANTE POPULAR VAI TER JANTAR DURANTE PERÍODO DE ISOLAMENTO

Damião Dias, de 43 anos, ganha a vida vendendo picolés nas imediações do Museu de Arte do Rio (MAR), na Zona Portuária do Rio. Ou melhor, ganhava. Com as medidas de isolamento impostas por conta do avanço do coronavírus, ele viu sua clientela sumir. Até a fábrica onde abastecia seu carrinho fechou. O ambulante faz parte de um público que tem engrossado as filas dos restaurantes populares, que a partir de hoje passam a abrir também das 17h às 20h, para o jantar, oferecendo refeições a R$ 2, o mesmo preço do almoço, nas unidades de Bonsucesso, Bangu e Campo Grande.
De acordo com a Secretaria municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação, desde que começaram a ser adotadas as medidas de isolamento da população no Rio começou a perceber uma mudança de público. Idosos, pequenos comerciantes e estudantes deram lugar a vendedores ambulantes, taxistas e motoristas de aplicativos, que hoje são maioria.
— Essa medida (a abertura para o jantar) ajudará principalmente trabalhadores autônomos, que terão sua renda comprometida por conta do isolamento — justifica o secretário Renato Moura.
É o caso de Damião que, sem renda, voltou a procurar o restaurante popular de Bonsucesso depois de quase um ano sem precisar. Com R$ 25 que restaram, repetiu a refeição, já que, como mora no Centro, não poderia voltar à noite para jantar.
— Nem sei se vou conseguir pagar o aluguel, que vence dia 15, quanto mais se vou ter para me alimentar. Comi duas vezes para garantir — disse o ambulante, que em dias de sol faturava até R$ 100 e podia pagar R$ 10 pela quentinha.
Outro que estava afastado mas voltou ao restaurante de Bonsucesso nesta semana foi o vendedor de doces Alessandro Silva, de 34 anos, também morador no Centro. Ele também faturava até R$ 100 por dia, mas agora não consegue nem a metade disso.
— O governo falou que vai liberar R$ 200 para os autônomos, mas isso ainda vai passar pelo Congresso. E até lá como a gente fica? — indagou o rapaz que pretendia voltar para o jantar.
Duas mesas do restaurante popular eram ocupados por uma mesma família. Priscila Santos, de 37 anos, estava com os sete filhos, com idades que variavam de 5 meses a 16 anos, e um neto, de 3. Como não tinha como garantir o prato de todos, comprou quatro refeições, pelas quais pagou R$ 8, e dividiu entre eles. Ela vende balas nos ônibus e perdeu clientela com as restrições de circulação impostas.
— Não tenho renda. Dependo do trabalho no coletivo e, com menos gente circulando, é menos gente para comprar - disse.
José Albino de Assis, de 63, é catador e vende o que acha nas ruas para uma cooperativa de reciclagem. Só que, com menos gente nas ruas e bares fechados, está difícil até de encontrar latinhas de cerveja por aí.
— O jeito é economizar o pouco que ganho. Por isso, venho comer aqui — disse o morador de Bonsucesso.
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Fonte: Geraldo Ribeiro/Extra
Foto: Guilherme Pinto/Extra

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