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sábado, 24 de agosto de 2019

APÓS 9 HORAS DE CIRURGIA, JOVEM QUE PERDEU COURO CABELUDO EM KART É LEVADA A CTI EM RIBEIRÃO PRETO.

Médicos retiraram pele e músculo das costas e reimplantaram na cabeça de Débora de Oliveira. Cirurgião plástico estima mais 20 procedimentos entre agosto e setembro até cicatrização total.

Após nove horas de cirurgia, a jovem Débora Dantas de Oliveira, de 19 anos, que teve o couro cabeludo arrancado em um acidente de kart em Recife (PE), foi levada ao Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Especializado em Ribeirão Preto (SP) no fim da tarde deste sábado (24).
Débora foi submetida a um transplante de pele e músculo, retirado das costas dela mesma. Segundo o cirurgião plástico Daniel Alvares Lazo, coordenador da equipe médica, a jovem pernambucana deve passar por outras cirurgias sequenciais até a recuperação total.
“Troca-se o curativo três vezes por semana. Depois, esses curativos vão se alongando e vão ser feitos procedimentos complementares para fazer a cicatrização total da ferida. Então, nesses primeiros meses, agosto e setembro, haverá 18, 20 procedimentos, talvez mais”, afirma.
Lazo explica que as cirurgias que serão realizadas nas próximas seis semanas têm como objetivo garantir a cicatrização da pele, assim como a função muscular e o aperfeiçoamento estético. A equipe já afirmou que Débora precisará de uma prótese capilar.
“São procedimentos pra resolver o problema agudo. O que acontece é que sempre existem deformidades residuais pós-transplante, isto é, cicatrizes que não são das melhores, deformidades, abaulamentos do músculo das costas em relação ao couro cabeludo”, detalha.
Equipe especializada
O microcirurgião Alex Boso Fioravante, que integra a equipe, diz que o Hospital Especializado de Ribeirão Preto é referência em tratamentos como o que a jovem está recebendo. Ao todo, dois anestesistas e cinco microcirurgiões participaram do procedimento neste sábado.
“O sucesso dessa cirurgia é fazê-la pelo menos todas as semanas e ter uma equipe sempre disponível para fazer qualquer diagnóstico precoce, caso haja qualquer intercorrência, e isso a gente tem aqui. Por isso nossa taxa de sucesso é tão alta”, afirma.
Os médicos também precisaram religar artérias e veias, para garantir o fluxo de sangue no local. A equipe precisou de destreza, afinal, os vasos sanguíneos têm cerca de dois milímetros de espessura e os fios cirúrgicos são seis vezes mais finos que um fio de cabelo.
“Muito complicado. Pense, todo esse músculo será nutrido por apenas uma artéria e drenado por apenas uma veia, então qualquer dano que acontecer ali pode levar a uma perda, mas a gente está muito acostumado e bastante confiante”, afirma Fioravanti.
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Fonte: G1
Foto: Antônio Luiz/EPTV


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