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RN POLITICA EM DIA 2012 ENTREVISTA:

quarta-feira, 1 de maio de 2019

JUAN GUAIDÓ E LEOPOLDO LOPEZ. POR NAPOLEÃO VERAS.

Desde o primeiro momento me impressionou a coragem do líder político venezuelano Juan Guaidó.
Nos instantes mais tensos e porque não, extremamente perigosos, mantém-se sereno, impávido (para usar esta linda proparoxítona no feriado), sem uma expressão de temor, de constrangimento, de apreensão, e muito menos, claro, de medo.
Só criaturas de extrema coragem são capazes de um comportamento assim.
Ontem, o líder maior partidário, Leopoldo Lopez, reapareceu. _Escapou - não se sabe como - da prisão domiciliar que amargava nos últimos anos.
Os dois caminharam por uma avenida asfaltada, acompanhados por seguidores e policiais desertores do governo sanguinário, conclamando à insurreição.
Era visível a tensão de Leopoldo Lopez, os olhos ligados no entorno, a gesticulação tensionada, uma quase aflição.
Enquanto isso, Guaidó cumprimentava os companheiros com efusão, com uma descontração de banhista chegando à praia.
Na foto acima, Leopoldo olha de lado com desconfiança e dúvida, e Guaidó comporta-se com a satisfação de quem está no palco de um show de rock.
Ambos fazem parte da elite política do país. Egressos de prestigiosas universidades americana; Lopez, mestre por Havard; Guaidó, pela George Washington.
Quando vejo os dois tenho pena do Brasil com sua classe política desfigurada e tão desfibrada. Uma lástima.
Mas, voltando, confesso que ontem não tirei os olhos, enquanto pude, dos dois. Menos das falas, palavras de ordens e declarações curtas. E bem mais dos gestos; do que está a nível subcortical, não consciente.
Claro que Leopoldo está coberto de razão. Aquilo não é mais uma luta política, ideológica, mas uma briga selvagem, evidentemente sem regras, reprise da vida animal que vemos nas telinhas da selva africana ou asiática, colocando cara a cara leões, hienas, búfalos, etecétera.
Ontem a selva tinha 4 rodas, blindados do ditador perseguiam os manifestante nas ruas, em cima de calçadas ou canteiros, atropelando-os. Noutras, armas de repetição moderna miravam nos que protestavam contra a fome e a miséria, com suas pedras ou coquetéis molotov.
O preparado e íntegro Lopes tem toda razão, repito.
A coragem em si, a sua fibra, não se aprende na universidade, não se tem por querer; é atributo inato, coisa da natureza profunda do ser humano.
Certamente Juan Guaidó não saberia explicar de onde lhe saiu tanta!



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