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RN POLITICA EM DIA 2012 ENTREVISTA:

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

NOVATO, AMOÊDO SURPREENDE E VIRA ATIVO NO 2º TURNO.

O empresário João Amoêdo ficou minutos na fila até chegar sua vez de votar, ontem de manhã em sua zona eleitoral no Rio de Janeiro. Não passou à frente de pessoas comuns como costuma acontecer quando presidenciáveis vão votar. Fechou sua campanha da forma como a conduziu desde o início: tentando se vender como diferente dos políticos “que estão aí”. Estreante na política, desconhecido do eleitorado e único outsider desta corrida presidencial, o candidato do Partido Novo surpreendeu e terminou a eleição entre os cinco candidatos mais votados do primeiro turno.
Com discurso liberal, sem usar recursos públicos e apostando na militância online e nas ruas, Amoêdo viu sua candidatura crescer, sai da eleição com mais força do que entrou e terá influência no segundo turno que será disputado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Amoêdo não descarta apoio a Bolsonaro no segundo turno. Só disse que “não há possibilidade de apoiar o PT”. O partido avaliará um possível apoio ao militar. “O PT se mostrou muito desalinhado em todo esse tempo com os ideais do Novo, principalmente com as práticas, pois não basta apenas ter as mesmas ideias. Então, o que vai pautar qualquer decisão é a pauta de trabalho. A gente precisa entender um pouco mais as ideias do Bolsonaro”.
Amoêdo ficou à frente de nomes como Marina Silva (Rede), terceira colocada nos pleitos de 2010 e 2014. Somou mais de 2,6 milhões de votos, e com isso superou também Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos), que apareciam tecnicamente empatados com o empresário nas pesquisas de intenção de voto. Amoêdo manteve cerca de 2,5% dos votos durante toda a apuração dos votos, sempre na quinta posição, com 2 a 3 pontos porcentuais atrás de Geraldo Alckmin (PSDB).
Sua campanha se fortaleceu também com o crescimento da adesão ao partido nos Estados. Em Minas Gerais, Romeu Zema confirmou as pesquisas que apontavam sua tendência de alta e obteve 43% dos votos. Está no 2.º turno na disputa pelo governo estadual. Ele enfrentará Antônio Anastasia (PSDB), que fez 29%. Em São Paulo, apesar de ter ficado longe do 2.º turno, Rogério Chequer obteve mais votos que candidatos que participaram de debates televisivos, como Rodrigo Tavares (PRTB) e Professora Lisete (PSOL).
Na comparação com a Rede, o outro partido também criado entre as corridas eleitorais de 2014 e 2018, fez mais, já que Marina ficou para trás e o partido não foi ao segundo turno em nenhum Estado. Para Amoêdo, as eleições deste ano, a primeira do partido, fazem o Novo despontar como uma força política no País. “Na primeira eleição, já despontamos como uma força política”, analisa. “Nas pesquisas, ficamos à frente de candidatos tradicionais e de partidos que estão há muito tempo gastando dinheiro público.”
Nas redes. Com 5 segundos em cada bloco do horário eleitoral dos presidenciáveis na TV, em que tentava reforçar a ideia de que não era como os outros, Amoêdo fortaleceu sua imagem na internet. Com vídeos diários, o candidato conseguiu mobilizar um uma militância online engajada e que tentava formar uma “onda laranja”.
Durante os debates na TV, seus militantes faziam coro protestando contra a ausência de Amoêdo entre os debatedores. Ele não participou de nenhum debate.
Ao todo, sua campanha gastou R$ 5 milhões, quase tudo arrecadado por meio de uma vaquinha virtual. Na reta final da campanha, atacou as “fake news” ao ver nas redes notícias que estaria disposto a desistir de sua candidatura a favor de Bolsonaro – para uma possível vitória do militar ainda no primeiro turno. Ele acredita que, não fosse isso, teria recebido ainda mais votos. “Tivemos algumas notícias falsas tentando levar votos para decidir no primeiro turno. Achamos isso inadequado”, afirmou ontem, depois de votar.
Em sabatina do Estado e FAAP, Amoêdo afirmou que seu partido busca ser mais do que uma legenda antipetista. “Queremos ser uma opção à velha política, dos privilégios, das alianças que são feitas para o processo eleitoral e não para o governo”, afirmou.
Ele ainda disse que seu partido busca práticas e ideias diferentes. “Foi por isso que nos últimos oito anos entramos no mundo político. Nós não enxergamos, no cenário que tem aí, uma opção que gostaríamos de votar. Sempre votei no menos pior e cansei. Ao votar continuamente no menos pior, ele fica muito próximo do pior.”
Amoêdo rejeita a ideia de comparar o Novo ao PSDB. Para ele, o “raciocínio” das siglas é muito diferente. Questionado sobre a comparação durante a campanha, ele pontuou que o PSDB estava se associando a nomes como Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto, ambos presos no mensalão, para ganhar poder – e que os tucanos pretendiam se perpetuar no poder se aliando a quem já foi aliado da presidente cassada Dilma Rousseff.
“Nós queremos mudar o que está aí. Já o PSDB está aí há muito tempo e tem uma linha diferente da nossa”, disse o candidato. “Não privilegiamos acordo por tempo de TV. Podemos dizer que os fins não justificam os meios.

Fonte: Estadão Conteúdo/Blog do BG

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