Aquartelados há nove dias, os policiais militares e bombeiros do Rio Grande do Norte decidiram em assembleia nesta quarta-feira (27) manter a paralisação das atividades.
Para retomar o patrulhamento das ruas, os policiais exigem que o governo reequipe os quartéis com carros e equipamentos de proteção individual como armas, munições e coletes à prova de bala.
A paralisação foi iniciada após o governo atrasar os salários de novembro e não pagar o décimo terceiro salário dos policiais e demais servidores estaduais.
Até esta terça, o governo do Estado pagou o mês de novembro apenas para os policiais com rendimentos de até R$ 3 mil, deixando 33% da tropa sem salário.
“Os policiais estão trabalhando sem receber, vivendo em condição análoga à escravidão”, diz Eliabe Marques, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do Rio Grande do Norte. Ao todo, cerca de 8 mil policiais estão sem trabalhar.
O governo potiguar negocia com o governo federal um aporte de R$ 600 milhões para pagar os salários dos servidores. A operação financeira, contudo, foi vetada pelo Ministério da Fazenda por recomendação do TCU (Tribunal de Contas de União).
O patrulhamento das ruas das maiores cidades do Estado está sendo feito por 190 agentes da Força Nacional. O efetivo foi reforçado na última sexta-feira (22), após uma escalada nos índices de violência nos dois primeiros dias de greve.
Estabelecimentos comerciais foram alvos de saques e houve um incremento no número de assaltos e arrastões. Ao todo, mais de 50 pessoas foram assassinadas no Estado nos últimos dez dias.
A paralisação dos policiais foi considerada irregular pela Justiça, que determinou a volta do patrulhamento. Os policiais, contudo, afirmam que não estão em greve, mas ficarão nos quartéis por falta de condições de trabalho.
“As viaturas estão fora das normas do Código Nacional de Trânsito, os coletes à prova de bala são compartilhados. Não há como o policial trabalhar com segurança nessas condições”, diz Eliabe Marques.
O governo do Rio Grande do Norte informa que as viaturas são locadas e, pelo contrato, são substituídas ou reparadas em caso de defeito.
Para mapear as exigências dos policiais e bombeiros, o comando da Polícia Militar do Rio Grande do Norte ordenou aos comandantes dos batalhões e companhias que apresentem em até cinco dias a demanda e os custos de novos equipamentos e viaturas.
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Fonte: João Pedro Pitombo e Cledivânia Pereira - Folha de São Paulo/Heitor Gregório
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