Job Ribeiro Brandão, em depoimento à PF, revelou que fez uma operação de descarte de documentação a mando do ex-ministro.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima orientou a realização de destruição de provas durante período em que esteve em prisão domiciliar. A informação foi prestada pelo ex-assessor parlamentar do irmão de Geddel, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Ribeiro Brandão. À Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República (PGR) ele disse que "auxiliou na destruição de anotações, agendas e documentos" a pedido de Geddel, Lúcio e da mãe dos dois.
Os documentos, segundo ele, foram colocados em sacos de lixo e descartados e uma parte foi picotada e jogada na descarga do vaso sanitário. Geddel ficou em prisão domiciliar entre julho e setembro, depois de ser liberado por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Em 8 de setembro, no entanto, ele voltou a ser preso depois de a PF descobrir um endereço em Salvador com o equivalente a R$ 51 milhões em dinheiro em espécie, ligados ao ex-ministro segundo as investigações.
O depoimento de Brandão, ao qual o Estado teve acesso, foi prestado na última terça-feira, 14. Ele virou alvo da Operação Tesouro Perdido após a PF identificar suas digitais em parte dos R$ 51 milhões encontrados. O ex-ministro e o deputado Lúcio Vieira Lima são investigados pelo crime de lavagem de dinheiro. A defesa de Geddel Vieira Lima e do deputado Lúcio Vieira Lima não retornou contato da reportagem até o momento.
Procurado pelo Estado, Marcelo Ferreira, advogado de Job, declarou que "tem uma especial preocupação com a segurança de Job e que tem por objetivo demonstrar que sua condição de vida é totalmente incompatível com a renda de um secretário parlamentar ... que é vítima da situação e que, além da liberdade de Job, pretende buscar, judicialmente, o ressarcimento dos valores de seu salário que era obrigado a repassar à família Vieira Lima".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.