Ao autorizar o Senado a anular as sanções cautelares impostas a Aécio Neves, o Supremo Tribunal Federal abriu um precedente ruinoso. Escorando-se no caso do grão-tucano, o plenário da Assembleia Legislativa do Mato Grosso libertou da prisão seu vice-presidente, o deputado estadual Gilmar Fabris (PSD). Ele deixou a cadeia na quarta-feira da semana passada, após amargar uma cana de 40 dias. Agora, o ex-presidiário se prepara para assumir a presidência do legislativo mato-grossense por dois dias: 14 e 15 de novembro. O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSD), terá de assumir interinamente o governo do Estado, pois o governador Pedro Taques e seu vice, Carlos Fávaro (PSD), viajarão para o exterior. E Gilmar Fabris, envolvido no escândalo do mensalinho que o ex-governador Silval Barbosa pagava a parlamentares estaduais, assumirá os negócios da Assembleia por 48 horas, transformando-se em mais um símbolo do escárnio em que se converteu a política brasileira. Gilmar Fabris estava preso por tentativa de obstruir o trabalho da Justiça. A ordem partira do ministro Luiz Fux, da Suprema Corte. Além de mandar prender o deputado, Fux suspendera o seu mandato. A Assembleia Legislativa do Mato Grosso já havia tentado, sem sucesso, votar a libertação do preso, devolvendo-lhe o mandato. Depois do refresco servido pelo Supremo a Aécio, todos os empecilhos foram removidos. Uma evidência de que há males que vêm para pior.
Fonte: Josias de Souza/UOL
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