Com seis ministérios, PSDB, DEM e PSD já traçam o perfil do nome a ser lançado como substituto de Temer no pleito indireto: ponderado, com aval do Congresso e comprometido com reformas como a trabalhista e a previdenciária.
Os quatro maiores parceiros do PMDB na sustentação parlamentar do presidente da República no Congresso – PSDB, DEM, PP e PSD – decidiram aguardar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ofereça a solução para a crise política que o país atravessa com a cassação da chapa Dilma Russeff-Michel Temer e a realização de eleições indiretas, pelo Legislativo, para a escolha do novo chefe de governo. Oficialmente e por enquanto, os líderes das três bancadas na Câmara e Senado declaram apoio ao governo, mas torcem para que os sete ministros do tribunal casse Temer por crime eleitoral, por ser esta a solução menos traumática para os partidos governistas.
Mesmo com a possibilidade de recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de cassação, por parte do TSE, da chapa que venceu as eleições presidenciais em 2014, a derrota de Temer na corte eleitoral o deixaria sem qualquer condição de reivindicar apoio dos aliados no Congresso e perderia definitivamente as condições de governabilidade. “Todo mundo está esperando a decisão do TSE. É a melhor solução”, diz um líder partidário governista. O tribunal marcou para os dias 6 e 7 de junho o julgamento do processo.
Em conversas com aliados nos últimos dias, Temer tem alegado que a renúncia – como pedem segmentos importantes do Congresso, inclusive da base governista – seria um “choque pessoal” muito grande e de difícil superação política. Essa posição do presidente foi reforçada por 18 dos 22 senadores do PMDB, como era esperado, e aceita por DEM, tucanos, PP e PSD, que vão aguardar a decisão do TSE sobre o futuro político do peemedebista.
PSDB, que tem os ministérios das Cidades, secretaria de Governo, Direitos Humanos e Itamaraty e uma bancada de 46 deputados e 11 senadores; o DEM, que ocupa o poderoso Ministério da Educação apoiado por 33 congressistas; o PP, que indicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, sustentado por 47 deputados e 7 senadores; e o PSD, do ministro das Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, já traçam o perfil do nome a ser lançado como substituto de Temer no pleito indireto: ponderado e que tenha o aval das principais bancadas governistas no Congresso e se comprometa com a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência.
Sem impeachment
O DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), já se comprometeu com o PMDB e com o Palácio do Planalto a rejeitar todos 12 pedidos de impeachment do presidente Temer apresentados até agora na Casa – com o documento da Ordem dos Advogados do Brasil, protocolado hoje (quinta, 25), já são 13 os requerimentos contra o peemedebista. A legenda quer ganhar tempo para esperar o Judiciário e tentar manter a aparência de normalidade no Legislativo. Uma ala do partido quer lançar Maia como sucessor de Temer na eleição indireta. O PSDB não aceita esta fórmula e pedem um compromisso do presidente da Câmara.
Na avaliação dos seus aliados no Congresso, a cassação do mandato de Temer em consequência de crime eleitoral praticado em conjunto com a petista Dilma Rousseff é também a melhor opção de saída política porque evitaria o carimbo de corrupto no currículo do presidente da República. Para o sucesso total desta operação política, deputados e senadores com acesso ao TSE não se constrangem em tentar convencer os sete ministros-juízes do tribunal presidido por Gilmar Mendes a cassar a chapa Dilma-Temer, mas manter os direitos políticos do presidente.
Fonte: Leonel Rocha/Congresso em Foco
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