Presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues diz que, desde antes de ser eleito, em 2002, a entidade não premia os vencedores de seus torneios. No seu caso, ele crê que o advento da Copa do Nordeste tenha feito os estaduais pelo Brasil perderem força - o regional teve início em 1994, pausou entre 1995 e 1996, voltou em 1997 e se manteve até 2003, quando houve um hiato até 2012. Desde então, o Nordestão se firmou novamente.
“Tudo mudou. Antes, o estadual tinha até seis Ba-Vi’s. Quando as competições foram reduzidas, em 2002, os estaduais foram ficando sem ter um poder maior de arrecadação. Buscamos patrocinadores, empresas para motivar, e não foi possível dar essa premiação. Em nossa administração, sempre tentamos isso, mas é difícil”, justificou, em entrevista ao Bahia Notícias.
Segundo o mandatário baiano, no entanto, há um pensamento dentro da FBF de premiar os campeões a partir de 2018. “A gente não sabe se diretamente teria dinheiro ou algum bem importante para um clube, como um veículo utilitário. Isso é um pensamento nosso”, revelou.
A situação não é uma exclusividade da Bahia. A entidade baiana é a nona no ranking da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sendo assim a segunda nordestina. A líder Pernambuco e a terceira Ceará também não dão nenhum tipo de premiação às agremiações que levantam os troféus estaduais.
Curiosamente, estados com menos representatividade a nível nacional, com uma consequente menor arrecadação, propiciam aos seus clubes um “agrado”, mesmo que mínimo. Quarta federação no ranking nordestino e 11ª do país, Rio Grande do Norte premia os vencedores de cada turno com um carro da patrocinadora do campeonato, avaliado em R$ 30 mil. Sendo assim, Globo e ABC, finalistas no geral, levaram os automóveis.
Paraíba, sexta do Nordeste e 15ª do Brasil, também tem o costume de dar um carro ao vencedor. No entanto, nesta temporada, ainda há um impasse. A entidade tenta um acordo com a Caixa, o que viabilizaria uma quantia em dinheiro para o campeão local. Com isso, Treze e Botafogo-PB ainda não sabem se ganharão algo além de troféu e medalhas.
Os alagoanos, na quinta posição regional e 13ª nacional, procedem da mesma maneira e dão um carro, disputados pelos tradicionais CRB e CSA.Vice-lanterna da lista nordestina e 17ª brasileira, a federação de Sergipe dá o prêmio mais em conta. Campeão e vice também faturam um veículo. O primeiro ganha um valor de R$ 150 mil e o segundo R$ 80 mil. Com isso, Confiança e Itabaiana já tem algo garantido – o último está no grupo do Fluminense de Feira na Série D.
Recém-incorporados à Copa do Nordeste, Maranhão (sétimo do Nordeste e 16º do Brasil) e Piauí (lanterna nordestinos e 19º nacional) também não premiam seus vencedores.
Para efeitos de comparação, a Copa do Brasil terá um prêmio de até R$ 68 milhões (leia mais aqui). A Copa do Nordeste dará uma premiação absoluta de R$ 18.520.000 ao vencedor (leia mais aqui). Sendo assim, o Ba-Vi decisivo do Nordestão poderá render cifras milionárias aos maiores clubes da Bahia, enquanto o Campeonato Baiano dará aos clubes apenas o grito de ‘É campeão!’, após três meses de disputa - desde a primeira vez, em 1947, esta será a 33ª vez em 113 edições que ambos decidirão o vencedor da competição.
Os estaduais também pagam pouco durante suas partidas. Grande parte dos clubes espera o início do Campeonato Brasileiro, em maio, para poder aumentar suas receitas. Antes disso, as cotas televisivas também são baixas (relembre aqui).
Na Série A, Bahia, Vitória e Sport são os representantes da região, enquanto temos cinco nordestinos na Série B: ABC-RN, CRB-AL, Ceará, Náutico e Santa Cruz. Destes, baianos e pernambucanos sairão de “mãos abanando” ao final dos estaduais.
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