O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, abriu uma representação no Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) contra dois blogueiros por crimes contra a honra. Segundo ele, notícias falsas e caluniosas foram publicadas por Fabiano Portilho, do Portal I9, e Miguel Baia Bargas, do blog Limpinho & Cheiroso.
De acordo com o ConJur, Moro afirma que, desde o início da Operação uma série de notícias tiveram “abordagem majoritariamente favorável aos trabalhos realizados”. Para ele, deve existir o direito de liberdade de imprensa, mesmo quando incluem críticas, mas indica que “principalmente em alguns blogs de reputação duvidosa têm sido pontualmente veiculadas informações falsas, caluniosas, difamatórias e injuriosas a respeito do ora Requerente”.
O juiz alegou que o Portal I9 tem a intenção de incriminar pessoas próximas a ele, como sua mulher, Rosângela Wolff Moro, ou o advogado com quem trabalhou antes de iniciar na magistratura.
Uma das matérias apontadas como falsa informa que um advogado ex-colega do juiz federal teria envolvimento no desvio de R$ 500 milhões da Prefeitura de Maringá (PR). O texto, reproduzido pelo Limpinho & Cheiroso, indica que o procurador teria sido preso por isso, e que apenas foi solto depois que Moro depôs em seu favor.
"Além da falsidade flagrante das notícias, nenhuma delas com qualquer base na realidade ou em qualquer prova, a malícia e o dolo dos envolvidos é evidenciado pelo fato de que, para nenhuma delas, houve preocupação, antes da divulgação das matérias, em consultar os envolvidos, o que é básico em jornalismo exercido com o mínimo de profissionalismo e seriedade", destacou.
Sérgio Moro pede ao MPF que tome as providências necessárias para processar criminalmente Portilho e Bargas, mas ressalta que não deseja “qualquer providência de censura ou interdição das matérias” por ser contra a medida.
Perfil do acusado
Portilho, do Portal I9, é descrito pelos colegas de Cuiabá como "golpista" que usa a fachada do jornalismo para extorquir incautos. Ele foi condenado por tentativa de estelionato em 2014 pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS).
O Diário do Estado informou que ele também foi indiciado em fevereiro pela Polícia Civil do MS por ter ofendido a honra do jornalista Derick Willi Fernandes e falsificado documentos de um carro que não era e seu para comunicar o furto dele.
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