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RN POLITICA EM DIA 2012 ENTREVISTA:

sábado, 1 de agosto de 2015

SE NÃO FOR ARMAÇÃO, A BOMBA LANÇADA CONTRA O INSTITUTO LULA FOI, SIM, UM ATENTADO POLÍTICO.

Se não foi uma armação para que Lula possa posar de vítima, então foi um atentado político a bomba lançada, na madrugada de ontem, contra o portão do Instituto Lula, na capital paulista.
Quase não houve estrago. E ninguém saiu ferido. A bomba era de fabricação caseira. Fez mais barulho do que qualquer outra coisa. Foi jogada de dentro de um carro filmado por câmeras de segurança.
O mais provável é que tenha sido um atentado, sim. Afinal, por que alguém lançaria uma bomba contra o endereço de trabalho de um ex-presidente da República?
Só pode tê-lo feito para manifestar a sua insatisfação com ele, ora. São Paulo, hoje, é o maior foco de resistência ao PT. Estrelas do partido são hostilizadas quando se exibem em locais públicos.
Há atentados e atentados. Atentados graves, como aquele que no final de abril de 1981 resultou na explosão de uma bomba carregada por dois militares dentro de um carro no estacionamento do Riocentro.
A bomba estava destinada a explodir na casa de máquinas do Riocentro, onde havia um show de música popular em comemoração pelo Dia do Trabalho. Por um descuido, ela explodiu no colo de um dos militares. E o matou.
Na época, o terrorismo militar de direita tentava abortar o processo de redemocratização do país inaugurado pelo general-presidente Ernesto Geisel e continuado pelo general-presidente João Figueiredo.
Não dá para dizer que a bomba que atingiu o portão do Instituto Lula foi um atentado terrorista de direita. O terror não costuma se valer de bombas fabricadas em casa e incapazes de derrubar sequer um portão.
Nem dá para dizer, como disse Miguel Rosseto, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, que o ataque sofrido pelo Instituto Lula foi uma agressão à democracia brasileira. A democracia não sofreu um arranhão.
Mas o caráter amador, digamos assim, juvenil do episódio não diminui necessariamente a sua importância.
Ele deve ser deplorado com energia por todos os que defendem o embate saudável de ideias como a única maneira civilizada e democrática de se resolver conflitos.


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