GloboNews teve acesso ao documento com 29 telefones de brasileiros grampeados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
A GloboNews teve acesso à lista de 29 telefones de brasileiros espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos. Os números foram grampeados no início do governo da presidente Dilma Rousseff. O conteúdo foi divulgado simultaneamente pelo site Wikileaks e pela publicação online ‘The Intercept’. A reportagem é de Sônia Bridi.
Quando está a bordo do avião presidencial, a presidente Dilma se comunica com o mundo usando um telefone via satélite da empresa Inmarsat. O número deste telefone é um dos grampeados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, a NSA, além de quatro números do escritório da presidente no Palácio do Planalto, o assessor pessoal da presidente, Anderson Dornelles, e a secretária Nilce.
Uma grande lista tem 29 números de pessoas do alto escalão do governo, a começar pelo então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Os telefones espionados no governo brasileiro com os nomes e o motivo da espionagem foi vazada para o site Wikileaks.
Diferente dos documentos que o Fantástico mostrou em 2013, vazados pelo ex-agente Edward Snowden, essa é uma lista de espionados que foi crescendo conforme o esquema se expandiu. Quando foi feita a revelação de que a NSA espionava a presidente Dilma, o documento havia sido manipulado para esconder quem eram as pessoas ligadas à presidente que eram monitoradas.
Os documentos obtidos com exclusividade pelo Fantástico mostram que foi feita espionagem de comunicações da presidente Dilma com seus principais assessores, indicados por pontos em um gráfico. Também foi espionada a comunicação dos assessores entre eles e com terceiros.
Um dos programas usados pela NSA é chamado de DNI Selectors, que, segundo outro documento vazado por Snowden, captura tudo o que o usuário faz na internet, incluindo o conteúdo de e-mails e sites visitados.
Outro gráfico mostra toda a rede de comunicações da presidente com seus assessores. Cada bolinha representa uma pessoa, mas a imagem ampliada mostra que legendas ou nomes de quem teve a comunicação interceptada foram apagados para a apresentação.
O programa de espionagem à presidente tinha um código: S2C42. Esse número aparece junto aos nomes alguns dos nomes revelados agora. É o código para espionagem de questões políticas relacionadas ao Brasil.
Ao lado dele aparecem Marcos Raposo, que foi embaixador do Brasil no México e chefe do cerimonial da Presidência da República; os diplomatas que ocupavam cargos no Itamaraty André Amado, da Subsecretaria de Ambiente e Tecnologia, Valdemar Leão, assessor financeiro, Paulo Cordeiro, da Secretaria de Assuntos Políticos, Roberto Doring, assessor do ministro das Relações Exteriores, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, então subsecretário-geral de Meio Ambiente. Ele era o negociador do Brasil nas questões do clima, depois foi ministro das Relações Exteriores e hoje é embaixador do Brasil em Washington.
Outros nomes do alto escalão da diplomacia brasileira: o embaixador Luiz Filipe de Macêdo Soares, com um telefone da residência oficial dele em Genebra, onde era o representante permanente do Brasil junto à Conferência de Desarmamento; o embaixador do Brasil na França, José Maurício Bustani, que antes foi diretor da Organização Internacional para Proibição de Armas Químicas e foi removido do cargo por pressão do governo americano. O embaixador Bustani tentava negociar com o Iraque, como alternativa à invasão americana em 2002. E finalmente o então embaixador do Brasil em Berlim, Everton Vargas.
A lista revela outra operação, com código S2C51: é a mesma que grampeou três presidentes franceses e tinha como objetivo espionar a evolução financeira mundial. No Brasil, os alvos foram o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que então ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda; Luiz Balduíno, atual secretário de Sssuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e o sub dele, Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel; um homem identificado como Carvalho - pode ser Luiz Eduardo Melin de Carvalho e Silva, que foi chefe de gabinete do ministro da Fazenda até janeiro de 2011. Do Banco Central, foi espionado Luiz Awazu Pereira da Silva, ex-diretor da área Internacional.
Fonte: http://g1.globo.com/
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