A presidente Dilma Rousseff deu numa bandeja a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, a cabeça de Pepe Vargas (PT-RS), ministro das Relações Institucionais e encarregado da coordenação política do governo.
A mando da própria Dilma, Pepe havia se empenhado em derrotar Eduardo quando em fevereiro último ele se candidatou a presidente da Câmara. Eduardo o pôs de castigo desde então.
Bateu em Pepe repetidas vezes. E anunciou que jamais o receberia para conversar. Prometeu e cumpriu. Como Pepe ou qualquer outro poderia se manter no cargo nessas condições?
Se tivesse dependido de Lula, o mentor de Dilma a quem nem sempre ela obedece, o governo teria aderido à candidatura de Eduardo. Como não o fez, já deveria ter mandado Pepe embora.
Além de teimosa, Dilma é lenta quando se trata de fazer política. Somente ontem convidou Eliseu Padilha (PMDB-RS), atual ministro da Viação Civil, para o lugar de Pepe, demitido pela imprensa.
Eliseu ficou de conversar com os principais líderes do seu partido antes de responder se aceitará ou não o convite. Deverá aceitar. Mas a falta de uma resposta imediata mostra o quanto Dilma está fraca.
Foi-se o tempo em que o PMDB implorava por cargos no governo. O que ele teria a ganhar se exibindo por aí na companhia de uma presidente aprovada por apenas 12% dos brasileiros?
A reação de Eduardo ao convite feito por Dilma a Eliseu dá uma medida da insatisfação do PMDB com o governo:
- Isso é escolha dela. A articulação política pode ser bem feita com qualquer partido, não necessariamente o PMDB. Não estamos pleiteando a colocação de nenhum ministro. Se ela colocou da parte dela, parabéns, mas da nossa parte não há qualquer indicação.
Um ministério, mesmo sem dinheiro para gastar, não deixa de ter lá seus encantos. Eliseu sabe disso. Ocupou esse mesmo ministério no governo Fernando Henrique Cardoso.
Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com/
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