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RN POLITICA EM DIA 2012 ENTREVISTA:

sábado, 13 de setembro de 2014

MORRE EM RECIFE UM DOS ÍCONES DO REPENTE: JOÃO PARAIBANO.

João Pereira da Luz. Com o nome de batismo, pouquíssima pessoas saberão quem foi. Mas, se citar João Paraibano, quem é ou visitou o sertão de Pernambuco, saberá de quem se trata.
João Paraibano, nascido na cidade de Princesa Isabel/PB e radicado em Afogados da Ingazeira, sertão no Pajaú pernambucano, foi um dos maiores repentista que se tem notícia.
No dia 02 de setembro último, depois de complicações decorrente de atropelamento ocorrido dia 03 de agosto, João Paraibano veio a óbito nas primeiras horas, com infecção generalizada. João Paraibano estava internado no hospital ALPHA, em Recife.
Seu corpo foi velado no cine-teatro São José e o sepultamento ocorreu em Afogados da Ingazeira.
O poeta e parceiro de improviso por 36 anos, Sebastião, hoje, prefeito de Tabita/PE, disse: "O parceiro era um gênio do improviso. Com ele, ganhei muitos prêmios por este país afora. Ele nos fará uma grande falta, ficou um vazio indescritível. O Pajeú perdeu um dos seus maiores repentistas”.

Veja alguns dos muitos versos de João paraibano:
FALANDO SOBRE A SECA QUE CASTIGAVA O SERTÃO PERNAMBUCANO:
“Cai a chuva no telhado/ a dona pega e coloca/ uma lata na goteira/ onde a água faz barroca/ cada pingo é um baião/ que o fundo da lata toca.” “Vi o fantasma da seca/ Ser transportado numa rede/ Vi o açude secando/ Com três rachões na parede/ E as abelhas no velório/ Da flor que morreu de sede."
SOBRE A CHEGADA DOS CABELOS BRANCOS:
“Estou ficando cansado/ o corpo sem energia.../ Jesus pintou meu cabelo no final da boemia/ pintou mas nem perguntou/ qual era a cor que eu queria!”
SOBRE O INVERNO QUE CALOU A SECA NO SEU TORRÃO:
“Quando esbalda o nevoeiro/ rasga-se a nuvem, a água rola/ um sapo vomita espuma/ onde o boi passa se atola/ e a fartura esconde o saco/ que a fome pedia esmola.”
SEU AMOR PELO SERTÃO E A CANTORIA:
"Uma vida vivida no sertão/ uma fruta madura já caindo/ um relâmpago na nuvem se abrindo/ um gemido do tiro do trovão/ meia dúzia de amigos no salão/ nem precisa de um piso de cimento/ minha voz, as três cordas do instrumento/ o meu quadro de louco está pintado/ O poeta é um ser iluminado/ que faz verso com arte e sentimento.”
SOBRE A SAUDADE:
"Vou no trem da saudade todo dia/ Visitar o lugar que eu fui criado/ No vagão da saudade eu tenho ido/ Ver a casa que antes nasci nela/ Uma lata de flores na janela/A parede de taipa e o chão varrido/ Milho mole esperando ser moído/ Numa máquina com o ferro enferrujado/ Que apesar da preguiça e do enfado/ Mãe botava de pouco e eu moía/ Vou no trem da saudade todo dia/ Visitar o lugar que fui criado.”

Versos extraídos da postagem de Magno Martins, no site http://www.livrodevisitas.com.br/

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