Candidata do PSB revela quantias a jornal, mas mantém identidade de clientes em segredo. Presidenciável criou empresa após deixar o Senado e transformou palestras em sua fonte de renda principal.
Sem cargo público, mas com um capital eleitoral de quase 20 milhões de votos depois de perder a eleição presidencial em 2010, a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva abriu em março de 2011 uma empresa para proferir palestras e faturou R$ 1,6 milhão com a atividade, até maio deste ano, segundo a edição do jornal Folha de S. Paulo deste domingo (31).
De acordo com a reportagem, Marina sempre manteve em segredo os detalhes sobre a atividade que virou sua principal fonte de renda desde que deixou o Senado. Mas agora, candidata à presidência da República pelo PSB, ela aceitou revelar o valor de seus rendimentos após questionamento do jornal.
A Folha diz que Marina informou ter assinado 65 contratos e feito 72 palestras remuneradas em pouco mais de três anos. Ela se recusou a identificar os nomes das empresas e das entidades que pagaram para ouvi-la, alegando que os contratos têm cláusulas de confidencialidade.
No ano passado, o jornal relatou que a própria Marina pediu a entidades que a tinham contratado para não divulgar seu cachê.
Por causa das eleições, Marina assinou neste ano só um contrato, de R$ 132,6 mil, para apresentações em quatro países da América do Sul. A quantia desse último contrato se aproxima do valor total dos bens que ela declarou à Justiça eleitoral: R$ 135 mil (uma casa e seis terrenos, a empresa aberta para proferir palestras e uma conta no Banco do Brasil).
Coalizão
Também em reportagem publicada hoje, o jornal O Estado de S. Paulo diz que, se eleita, Marina terá base pequena no Congresso e deverá negociar cada projeto, dependendo bastante do PSDB.
O Globo relata que, embora a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, tenha aumentado as críticas à candidata Marina Silva (PSB), a expectativa da campanha petista é que Aécio Neves (PSDB) parta para um confronto mais duro contra a pessebista para evitar a sangria de votos tucanos para a ex-senadora.
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