Em dois estados, a força dos caciques políticos na eleição de herdeiros.
Além dos sete estados em que o atual governador ou seu grupo político corre o risco de ser desbancado por candidatos que já ocuparam o cargo anteriormente, em outros dois a possível mudança significaria a volta de dinastias políticas locais. Na primeira situação enquadram-se o Amapá, com Waldez Góes (PDT); o Amazonas, com Eduardo Braga (PMDB); o Piauí, com Wellington Dias (PT); Roraima, com Neudo Campos (PP); e Bahia, com Paulo Souto (DEM) — que governaram seus estados por dois mandatos. Também estão nesse cenário o Rio, com Anthony Garotinho (PR); e o Distrito Federal, com José Roberto Arruda (PR).
O segundo caso — o retorno de representantes de caciques políticos — é a realidade em Alagoas e no Pará. No primeiro deles, as pesquisas de intenção de voto dão o primeiro lugar para Renan Filho (PMDB), filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e que tem em sua chapa o senador Fernando Collor (PTB) disputando a reeleição. No caso do Pará, o atual governador e candidato à reeleição, Simão Jatene (PSDB), está empatado com Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader Barbalho (PMDB). No Amapá, Waldez Góes acumula as duas categorias: é ex-governador e pertence ao grupo político do senador José Sarney (PMDB-AP).
Em Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que lidera as pesquisas, não é exatamente uma novidade, pelo menos para a população da capital, Belo Horizonte, onde foi prefeito. No início da campanha, a expectativa era a de que a candidatura de Aécio Neves (PSDB), ex-governador de Minas, à Presidência da República, alavancasse, em seu berço político, o candidato tucano ao governo do estado, Pimenta da Veiga. O candidato do PT a governador, no entanto, está com 37%, e Pimental da Veiga, com 23%.
Entre os governadores que nadam contra a corrente da mudança está o de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que lidera com folga as pesquisas. Segundo o Ibope da última terça-feira, o tucano tem 50%. Em segundo lugar, está Paulo Skaf (PMDB), com 20%. O PSDB comanda o estado de São Paulo há 20 anos.
Para o cientista político Claudio Couto, da FGV, esse fenômeno poderia ser explicado porque as manifestações de junho se concentraram na capital paulista e na Região Metropolitana, não atingindo o interior.
O Acre também está entre as exceções. Lá, o PT está no comando desde 1999, e o governador petista, Tião Viana, candidato à reeleição, lidera as pesquisas com 46%. O segundo colocado é Márcio Bittar (PSDB), com 19%.
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