Ministro será o responsável pela interlocução com movimentos sociais.
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, vai deixar o governo para integrar a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Gilberto vai ser responsável pela interlocução da campanha com os movimentos sociais, exatamente uma de suas principais atribuições hoje dentro do governo. Embora tenha dito que preferia permanecer à frente da Secretaria Geral, Gilberto afirmou que estava à disposição de Dilma. E a presidente já o escalou para a nova função.
A combinação é que o ministro espere o fim da Copa, já que esteve pessoalmente em todas as cidades-sede antes do Mundial, estabelecendo diálogo com a juventude e os movimentos organizados da sociedade civil. Mas, segundo um auxiliar da presidente que participa das reuniões sobre as eleições, como a Copa está sob controle, é possível que antes mesmo do fim do evento Gilberto já assuma o cargo na campanha.
- O nível de planejamento e monitoramento que o governo está fazendo na Copa é altamente profissional. Não houve caos aéreo nem grandes manifestações, tudo está funcionando. Está todo mundo apoiando a Copa, é uma festa, está um clima bonito, e os brasileiros estão lotando os estádios e prestigiando a Copa - avaliou esse auxiliar.
A ida de Carvalho para a campanha atende a uma pressão da cúpula do PT, que o considera o melhor quadro para intermediar o contato com os movimentos sociais e com as igrejas católica e evangélica. Ex-seminarista, ele tem bom trânsito com os setores religiosos.
Desde o início do ano, o petista, que foi chefe de gabinete de Lula e continua como um dos principais interlocutores do ex-presidente, vem dando sinais de que já cumpriu sua missão no governo. Ele declarou publicamente que este seria seu último ano como ministro, mesmo que Dilma se reeleja. Ele alega cansaço.
Em 2010, Carvalho entrou em campo para tentar quebrar resistências à então candidata Dilma, que, antes da campanha, se manifestou favorável à descriminalização do aborto. Na disputa pela Presidência da República, porém, ela defendeu a manutenção da legislação atual, que permite a prática apenas em casos de estupro, risco de morte para a mãe e anencefalia.
Um dos ministros que mais dá declarações à imprensa, Gilberto se envolveu recentemente em uma polêmica ao declarar que os xingamentos contra Dilma, na abertura da Copa do Mundo, não partiram apenas da "elite branca", como dissera Lula. A avaliação divergente repercutiu mal na cúpula do PT, inicialmente. Depois, o próprio Gilberto minimizou o episódio, afirmando que recebeu o apoio de vários correligionários.
Fonte: Catarina Alencastro, com colaboração de Fernanda Krakovics/http://oglobo.globo.com/
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