Para eles, só ex-presidente pode governar país diante de possíveis crises.
A bancada do PR na Câmara anunciou nesta segunda-feira (28) apoio ao chamado movimento “Volta Lula”, que tem adeptos no PT e defende que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concorra à eleição presidencial de outubro no lugar da presidente Dilma Rousseff.
Em entrevista coletiva, o líder do partido na Casa, deputado Bernardo Santana (MG), leu um manifesto assinado por 20 dos 32 deputados federais em que a bancada "reivindica" o retorno de Lula. Para Santana, se o PT mantiver Dilma, os deputados pretendem discutir o apoio à candidatura do PT na convenção nacional do PR.
Segundo ele, a maioria da bancada acredita que apenas Lula tem a “experiência necessária” para governar o Brasil nos próximos quatro anos, diante da possibilidade de crises financeiras internacionais e do baixo crescimento econômico do país.
“Estamos com uma crise mundial terrível que exige, na nossa opinião, uma pessoa com a experiência do presidente Lula. Não estamos rifando a Dilma. Vamos ficar com ela até o final [do atual governo]. A questão é do momento. Lula é a única pessoa capaz hoje, talvez, de fazer uma conciliação nacional”, afirmou.
O texto do manifesto diz que o momento exige a "força" de uma liderança com a experiência do ex-presidente.
“Certos de que o Brasil precisa inaugurar um novo ciclo virtuoso de crescimento pela via da conciliação nacional, entendemos que o momento de crise, dentro e fora do país, reivindica a força de uma liderança política com a experiência e o brilho de Luiz Inácio Lula da Silva no comando da nação brasileira, novamente”, diz o documento.
O líder do PR disse que não discutiu a posição com o presidente nacional da sigla, Alfredo Nascimento, e negou que tenha conversado com Lula sobre a decisão da bancada.
Segundo ele, o objetivo do manifesto é “sensibilizar” o ex-presidente para que ele volte a se candidatar à chefia do Executivo.
“Ele é um homem patriota. Quem sabe com esse movimento ele se sensibilize. Acredito da sensibilidade e brasilidade do presidente Lula”, afirmou, destacando que a posição da bancada será levada à convenção nacional do partido
Segundo Bernardo Santana, a adesão da bancada ao “Volta Lula” não significa um rompimento com o governo Dilma.
“Vou participar da reunião de líderes da base. Não estamos rompendo com o governo. Vamos continuar governo. Vamos ajudar, apoiá-la”, disse. No entanto, Santana frisou que o cenário econômico atual exige “uma reedição dessa união” a partir de 2014.
“Somos parceiros de governo, avalistas desse governo. Mas o momento agora é de buscar a conciliação nacional, buscar a reedição dessa união. A presidente governou muito bem, mas momentos de crise exigem às vezes posições mais extremas.”
No retorno do recesso legislativo, Dilma passou a enfrentar uma crise com partidos da base aliada insatisfeitos com a “falta de diálogo” com o Congresso, a demora na realização da reforma ministerial e o não cumprimento de compromissos relativos ao pagamento de emendas parlamentares- dinheiro que os deputados destinam no Orçamento para obras em seus estados e municípios.
Para pressionar o Executivo, um grupo de legendas governistas criou o “blocão”, com o objetivo de alinhar o discurso e a posição na votação de projetos no Congresso. O PR foi uma das siglas que aderiam ao grupo.
Fonte: Nathália Passarinho/http://g1.globo.com/
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