O cientista político americano Benjamin Barber afirma que os Estados-nações estão com as mãos amarradas e defende maior autonomia e participação das cidades em questões globais.
O cientista político americano Benjamin R. Barber é famoso por ter e defender ideias à frente de seu tempo. Em 1995, ele publicou o best-seller Jihad X McMundo (Editora Record, 2003), que discorria sobre os conflitos inevitáveis entre os valores e instituições de um mundo globalizado e o sectarismo dos extremistas religiosos. O livro teve como um dos seus leitores e admiradores o então presidente Bill Clinton. Nas semanas seguintes ao 11 de setembro de 2001, vendeu mais de 40.000 cópias – os temores mais sombrios de Barber tinham se materializado na forma de um atentado contra um dos símbolos do capitalismo global, as Torres Gêmeas, em Nova York.
Quase vinte anos e cinco livros depois, as ideias de Barber voltaam a chamar a atenção - desta vez com o livro If Mayors Ruled the World (Se os Prefeitos Governassem o Mundo, ainda sem edição prevista no Brasil), que fala da dificuldade que os países encontram em lidar com problemas globais, como aquecimento global, geração de emprego e renda, violência ou imigração. Em um cenário em que os interesses das nações se sobrepõem aos interesses comuns, a saída para a equação, diz Barber, seria incentivar as respostas locais e dar maior poder a prefeitos e cidadãos.
Exemplos de cooperação entre cidades ou iniciativas pioneiras não faltam: enquanto os Estados Unidos hesitam em assinar protocolos que limitem suas emissões de carbono, Los Angeles, Boston, Atlanta, Orlando e outras grandes cidades americanas implantaram um ambicioso programa para reduzir suas emissões – e vêm cumprindo suas metas. Já Detroit trabalha em um projeto para a concessão de 50.000 ‘vistos municipais’ para imigrantes que desejam viver e trabalhar na cidade – uma das mais afetadas pela crise de 2008.
Com mais de metade da população mundial vivendo em cidades, Barber não defende um retorno à Polis grega – onde cidades-estados tinham alianças mas eram também rivais –, mas sugere a construção de uma grande Cosmópolis, uma comunidade de cidades reunidas em um Parlamento de prefeitos. Em entrevista ao site de VEJA, Barber explicou suas ideias e mostrou como os prefeitos, se não podem governar o mundo, podem sim ajudar a consertá-lo.
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Fonte: Diego Braga Norte/ http://veja.abril.com.br/
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