A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, durante a operação Agosto, o prefeito de Jaíba, no norte de Minas Gerais, Jimmy Murça, o ex-prefeito Sildete Rodrigues Araújo e o verador Adilson de Freitas David por desvio de recursos públicos do município. Segundo a PF, a quadrilha, formada por empresários, servidores públicos e agentes políticos, ocultava a origem e propriedade dos bens adquiridos com as verbas desviadas.
Também foi preso o irmão do ex-prefeito Sildete, Silvano Rodrigues de Araújo. De acordo com as investigações, era ele quem realmente mandava na prefeitura de Jaíba.
A Polícia Federal identificou uma evolução patrimonial do ex-prefeito de Jaíba considerada “absurda”: ao assumir a prefeitura em 2009 o então prefeito declarou que não havia nenhum bem. Já em 2012, quando renunciou ao cargo, uma semana antes da eleição para beneficiar o atual prefeito, o patrimônio dele - apenas o já identificado - chegava a R$ 5 milhões.
A operação cumpriria 43 mandados judiciais, sendo 13 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de sequestro de valores, bens móveis e imóveis, quatro mandados de prisão temporária, três conduções coercitivas, além do afastamento cautelar das funções do prefeito municipal, do vice-prefeito, de um vereador, do secretário de administração e do pregoeiro oficial do município. Ainda foram determinados o afastamento do sigilo bancário e fiscal dos investigados, bem como a indisponibilidade dos bens das pessoas físicas e jurídicas envolvidas.
A quadrilha fraudava processos licitatórios destinados ao transporte escolar, direcionando as contratações às empresas e/ou pessoas ligadas à organização criminosa. Com a descoberta do esquema criminoso, sucessivas foram as tentativas de cooptação de vereadores do município de Jaíba, com ofertas que chegariam a milhares de reais, a fim de se evitar o processo de cassação do prefeito municipal.
A Polícia Federal identificou também que havia um plano orquestrado por um dos investigados de executar um promotor de Justiça que atua na região pelo valor de R$ 5 mil.
As verbas irregularmente desviadas eram imediatamente aplicadas em bens, móveis e imóveis, cujas propriedades eram ocultadas com participação de outros empresários e “laranjas” ligados aos principais membros da organização criminosa.
Os presos responderão, na medida de suas participações, por crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, dentre outros. Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 30 anos.
O nome da operação, Agosto, é referência a um livro de Rubem Fonseca publicado em 1990 no Brasil. O romance caracteriza-se principalmente por se tratar de uma narrativa de cunho policial, de contar com um grande número de personagens que possuem ligações entre si, além do clima de mistério e investigação presente do início ao final da obra.
Fonte: http://noticias.terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.