Deputado antecipa convenção em cinco dias e dribla opositores.
Procurado pela Interpol e acusado de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas, o deputado Paulo Maluf foi reeleito nesta segunda-feira presidente estadual do PP. A convenção do partido estava agendada para o dia 6 de julho, mas foi adiantada em cinco dias, o que foi considerado “manobra” pela ala descontente do partido. Sem oposição, Maluf foi reeleito em chapa única.
O GLOBO teve acesso a documentos que mostram que o próprio deputado pediu a reserva de dependências da Assembleia Legislativa para realizar a convenção estadual no sábado. A convenção, no entanto, se realizou cinco dias antes, na sede do partido em São Paulo. A assessoria do deputado, no entanto, afirmou que não houve manobra na realização do evento e que publicou a convocação para o encontro no Diário Oficial do Estado.
Tem crescido no PP a insatisfação em torno do nome de Paulo Maluf em razão de seu envolvimento em escândalos que culminaram com o bloqueio de todos os seus bens e uma série de processos judiciais. A voz mais dissonante é a da deputada Aline Correa, que estaria sendo respaldada pelo novo presidente da legenda, o senador piuaiense Ciro Nogueira.
Em abril, o Nogueira publicou uma resolução afirmando que qualquer convenção para eleição de diretório estadual ficaria condicionada à prévia autorização da direção nacional, sob pena de nulidade. A convenção organizada por Maluf não teria sido ratificada pela direção do partido, mas a assessoria de imprensa de Ciro Nogueira não informou se o senador vai pedir a anulação do pleito.
Aline Correa não participou da convenção de Maluf, que foi marcada pela presença de pessoas próximas dele, como prefeitos do interior do Estado, o deputado estadual Alexandre da Farmácia, vereadores e o presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Antonio Carlos do Amaral Filho.
Procurada, a assessoria do deputado disse que ele não poderia se pronunciar porque viajou para uma agenda política em Salto, no interior do estado.
Fonte: Tatiana Farah/O Globo
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