Aplaudido de pé pelos 184 prefeitos pernambucanos e sob alguns gritos isolados de "é presidente", o governador de Pernambuco, Eduardo Campos anunciou ontem um pacote de bondades no valor total de R$ 612 milhões na abertura do seminário "Juntos por Pernambuco" que empolgou os chefes de executivo municipal, a maioria com sérias dificuldades de receita.
Deste total - que inclui 18 medidas em várias áreas de governo - o governador vai injetar R$ 228 milhões extras nos municípios, sem burocracias, sem necessidade de convênio. Mesmo os que tiverem pendências financeiras receberão o dinheiro, que será equivalente a uma cota mensal do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A única exigência é que os recursos sejam investidos em infraestrutura - forma de aquecer a economia e criar empregos. A fiscalização do seu uso caberá ao Tribunal de Contas do Estado e sociedade.
Potencial candidato à Presidência da República, governador com maior aprovação popular - 93% dos pernambucanos o aprovam - Eduardo preferiu não dar conotação eleitoral à medida, embora ela seja vista como mais um passo na sua caminhada visando a uma candidatura presidencial. "Não é possível eleitorizar a política brasileira tanto assim", afirmou, em entrevista, ao ser indagado sobre o lançamento da presidente Dilma à reeleição, pelo ex-presidente Lula e pela reação do opositor, senador tucano Aécio Neves. "Não vejo como ajudar o Brasil se começando agora a campanha eleitoral".
"Acho que esse é um ano para cuidar de trabalho, esta é a pauta da sociedade brasileira", acrescentou, ao destacar que ninguém tem capacidade para dizer como vai ser 2014 e nem que "a polarização vai ser assim ou assado" - ao ser indagado sobre a polarização PT-PSDB.
"Ninguém se engane porque há uma mudança efetiva ocorrendo na vida pública brasileira", observou. "Nossa sociedade tem necessidade de um outro debate e eu vou fazer, acho correto", destacou. "Cada um faz o que pode aguentar fazer".
O debate a que o governador se referiu é o debate da gestão, de uma política de resultados. Sobre o assunto, ele deu uma aula aos prefeitos sobre o modelo de gestão adotado pelo Estado. Como fazer um projeto, como enfrentar dificuldades, onde e como buscar recursos, como fazer o máximo com pouco são algumas das "aulas", a serem dadas, de forma intensiva, já a partir do próximo mês, aos prefeitos, por região, por uma equipe de técnicos do governo estadual.
O seminário continua durante toda a sexta-feira (22). O ministro da Integração Nacional, os senadores Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB), deputados federais, estaduais e representantes do Tribunal de Justiça estadual, Ministério Público e Tribunal de Contas participam do encontro.
Fonte: Agência Estado
Foto: Bobby Fabisak/Estadão
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