Demissão foi confirmada após encontro do ministro com a presidenta, na tarde desta quinta-feira.
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, entregou nesta tarde sua carta de demissão à presidenta Dilma Rousseff. Ele será substituído pelo líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro. Aguardada desde o último fim de semana, a decisão do ministro de deixar o cargo foi formalizada em uma reunião com Dilma no Palácio do Planalto.
Assim que recebeu a carta de demissão, Dilma conversou ao telefone com o presidente do PP, Francisco Dornelles. "Acabei de falar com a presidenta, Aguinaldo é o novo ministro", disse Dornelles.
Na carta de demissão, Negromonte afirmou ter sido vítima vítima de disputas políticas. No texto de cerca de 30 linhas, ele disse se sentir honrado em ter participado do primeiro governo comandado por uma mulher e afirmou que, durante o período em que esteve à frente do Ministério das Cidades, fez o “possível” diante das limitações de orçamento e das disputas em torno da pasta.
“Fiz o que foi possível, dentro do quadro de restrição financeira e de disputa política, que tornaram ainda mais difícil o já exigente exercício da gestão pública federal. Nossa gestão foi marcada pela transparência, pela seriedade e pela dedicação ao seu governo. Todos os projetos que a senhora nos delegou, ao nos confiar a pasta das cidades, foram desenvolvidos atentamente em consonância com outros ministérios do governo e seguindo o ritmo permitido pela liberação orçamentária do governo federal”, diz a carta.
Parlamentar de primeiro mandato, Aguinaldo Ribeiro chegou a ter seu nome confundido pelo próprio presidente do PP. Em uma rápida entrevista concedida para formalizar a troca, Dornelles chegou a chamar o novo ministro de "Aguinaldo Muniz". Mas ressaltou que o indicado é "competente, trabalhador e muito representativo para a bancada".
Crise
A situação de Negromonte complicou-se progressivamente desde que veio à tona a notícia de uma suposta fraude em uma obra da Copa do Mundo sob guarda-chuva do ministério. Na época, o ministro reconheceu que houve uma revisão em um parecer técnico referente à obra, mas sempre negou que a operação caracterizasse uma fraude. Aos poucos, o ministro viu-se desgastado junto ao governo e ao seu próprio partido.
Na semana passada, o quadro agravou-se após a Casa Civil do governo demitir o chefe de gabinete de Negromonte. O ministro, então, passou a se queixar da falta de apoio político e avisou a aliados que sentia pressionado a deixar o posto.
Com a demissão de Negromonte, sobe para sete o número de ministros que deixaram o governo sob denúncias. Além do titular das Cidades, Dilma perdeu em apenas 13 meses de governo Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte) e Carlos Lupi (Trabalho).
Além disso, Nelson Jobim (Defesa) deixou a Esplanada desgastado após uma série de declarações polêmicas sobre o governo e outros ministros. Recentemente, a lista de membros do primeiro escalão que deixaram o governo foi reforçada por Fernando Haddad, da Educação. Nesse caso, entretanto, a saída ocorreu a pedido, já que o ex-ministro pretende se lançar candidato à Prefeitura de São Paulo na eleição deste ano.
Fonte: Último Segundo/iG São Paulo/Agência Estado e Agência Brasil
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