ROSALBA ADMITE DESGASTE NO PRIMEIRO ANO DE GOVERNO.
Em entrevista ao Diário de Natal/O Poti, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) disse que só anunciará quem será seu candidato a prefeito de Natal em junho deste ano. O primeiro critério utilizado por ela para a escolha será a posição que o candidato teve nas eleições de 2010. Segundo Rosalba, os nomes que estiveram em seu palanque terão prioridade. Dentro do seu sistema político, a prefeita Micarla de Sousa (PV), que deverá concorrer à reeleição, e o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) disputam o apoio da democrata.
Durante a entrevista, Rosalba justificou a pouca liberação dos recursos indicados por meio de emendas parlamentares no orçamento de 2011, fez um balanço do primeiro ano de governo, comentou o rompimento político com o vice-governador Robinson Faria (PSD), anunciou que pretende convidar o PR para a base governista e lamentou não ter tido condições de firmar parcerias maiores com as prefeituras.
Qual a avaliação que a senhora faz deste primeiro ano de governo?
Foi o ano das maiores dificuldades. Um trabalho realmente árduo, penoso difícil. Precisamos arrumar a casa e quando você mexe com milhares de cabeças é ainda mais difícil. Mas, apesar de não ter conseguido finalizar o ano como eu queria, acredito que tivemos um saldo positivo.
O governo entra 2012 com dinheiro em caixa para investir?
Não. Há caixa, quando está sobrando dinheiro. Nós vamos chegar, se Deus quiser, a esse momento. Mas ainda não. Já pagamos muitos dos débitos. Temos ainda muitas contas a pagar. Vamos equilibrar as finanças. Um ano não foi o suficiente para isso. Não existe caixa. Quem diz isso age de forma maldosa, porque sabe muito bem que não se pode fazer caixa quando existem débitos passados, que são débitos do governo.
A senhora passou muito tempo reclamando das dívidas da gestão passada. Não seria mais produtivo ter feito uma auditoria para avaliar as contas do governo anterior?
Nós contratamos e faremos a partir de janeiro. Eu não poderia de forma nenhuma mostrar à população a situação em que nós recebemos o Estado. Na hora que o funcionário queria aumento e não tínhamos como pagar, mostramos o porquê não podíamos. As pendências foram acumuladas com o decorrer do tempo. O resultado disso, podemos ver no ranking mostrado pela revista Veja, onde nosso Estado aparece como o quinto pior para se investir.
Na área de infraestrutura é o quarto pior…
Exatamente. Isso não pode ser atribuído a um ano de governo. É resultado do que eu encontrei. Para montar uma infraestrutura é preciso de tempo e recursos. Precisamos recuperar o tempo perdido e avançar.
É possível fazer isso em quatro anos?
Eu vou tentar. Vamos investir bastante em saneamento básico também.
Governadora, tanto os deputados estaduais da base do governo quanto os parlamentares da oposição reclamaram da não liberação dos recursos indicados por eles nas emendas ao OGE 2011. Dos R$ 24 milhões, apenas R$ 2,4 milhões foram liberados. Para 2012, a senhora pretende liberar um volume maior de recursos indicados pelos deputados?
Recentemente, liberamos mais uma parte, cerca de R$ 6 milhões. Não foram liberados mais por falta de projetos. O município ou a instituição indicada precisa apresentar o projeto e atestar que está em dia com as receitas estaduais. Todo ano existiam essas emendas e nunca o governo liberou. Eu disse que iria pagar, como estou pagando. Mas, para eu pagar, é preciso que haja projeto. Muitos municípios acho que nem acreditaram. Mas, recentemente entregamos emendas de deputados independente de posição política. É importante frisar que é preciso que os projetos passem também pela Controladoria e seja analisada sua viabilidade. Não podemos liberar recursos, por exemplo, para projetos que custarão mais do que o valor previsto nas emendas, pois não vamos transformar o estado num lugar cheio de obras inacabadas.
Durante a votação do OGE 2012, os deputados estaduais remanejaram R$ 78 milhões do projeto inicial enviado pelo governo. Como a senhora recebeu essas modificações?
Essa questão está sendo analisada pela área de Tributação e a de Planejamento, porque estamos trabalhando com um orçamento muito pequeno, mas real. Não adianta colocar receitas que não vão chegar. Estamos trabalhando dentro da realidade. No ano passado, tivemos um orçamento irreal, que não se consolidou. As modificações feitas pelos deputados ainda serão analisadas, pois existem áreas fundamentais, para as quais precisamos de mais recursos. Nessas a gente não pode mexer, pois prejudica a população.
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