Meados de 2004, insatisfeito pela exclusão do hoje deputado federal Felipe Maia (DEM) da vaga de vice do então prefeito natalense Carlos Eduardo, o senador José Agripino (DEM) anunciou rompimento com a então governadora Wilma de Faria (PSB).
A partir daí começaram as especulações de os adversários históricos PFL e PMDB se uniriam. A aliança apelidada de "água e óleo", pelo deputado federal Ney Lopes, acabou se confirmando nas eleições de 2006 com Garibaldi Filho (PMDB) disputando o governo com o próprio Ney de vice e Rosalba Ciarlini (DEM) no Senado. Somente esta última saiu vitoriosa das urnas. A aliança se consolidou em 2010 com Rosalba elegendo-se governadora e a renovação dos mandatos de Garibaldi e Agripino no Senado.
O PMDB ligado a Garibaldi ocupou bons espaços na administração estadual após a posse de Rosalba. Clima de entendimento com o peemedebista que se tornou ministro da Previdência tentando servir de ponte entre Governo do Estado e Governo Federal.
No entanto, fatores externos estão colocando a aliança em risco. Existe um acordo entre o PMN do grupo do vice-governador Robinson Faria, que está prestes a migrar para o PSD, e o PMDB para revezamento na presidência da Assembleia Legislativa. O PMN ficaria no comando da Casa no primeiro biênio e o PMDB no segundo. Como forma de garantir isso no final do ano passado foi aprovado o fim da reeleição para presidente da mesa. No entanto, existe um movimento para "melar" o acordo e reestituir a reeleição.
O fato coloca em risco a relação da governadora com Garibaldi Filho. É que o filho do ministro, Walter Alves, era o nome do partido para ser presidente da Casa entre 2013 e 2014. em função disso Garibaldi ameaçou esta semana romper com a governadora se a reeleição fosse aprovada.
Por enquanto o assunto está nos bastidores, mas a governadora agiu para apagar o incêndio. Fez questão de comparecer a uma homenagem ao ministro na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Na oportunidade teceu vários elogios ao aliado. Em outra frente, o secretário chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso, agiu para evitar que o projeto fosse votado na última semana. A trégua promete durar pouco tempo.
Por ser filiada ao DEM a governadora sabe que a aliança com Garibaldi é importante. O PMDB elegeu seis deputados estaduais, sendo que José Dias não segue a orientação da legenda por estar a caminho do PSD. Por meio de Garibaldi a governadora tem acesso livre aos ministérios. Basta ver que mais de dez ministros vieram ao Rio Grande do Norte nos primeiros meses de governo. Outro aspecto que dá importância à aliança é o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Alves, interlocutor da presidente Dilma Rousseff. Primo de Garibaldi, Henrique tem se colocado à disposição de Rosalba. Recentemente intermediou uma reunião dela com diretores da Rede Globo em que se tratou das seguidas matérias da emissora criticando a atual administração.
Em dificuldades por causa da onda de greves, a administração sabe que um distanciamento de Garibaldi enfraqueceria a sua governabilidade.
Fonte: Bruno Barreto/Editor de Política/ O Mossoroense
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