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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

DESDE O ANÚNCIO DO AUXÍLIO BRASIL DE R$ 400, EMPRESAS JÁ PERDERAM R$ 284 BILHÕES

Após meses de volatilidade no câmbio e na Bolsa na esteira dos riscos fiscais do país, o mercado derreteu nesta quinta-feira conforme o rombo no teto de gastos se torna cada vez mais uma realidade.

As empresas que compõem o Ibovespa acumularam perdas de R$ 284 bilhões em valor de mercado desde o anúncio do Auxílio Brasil de R$ 400 pelo presidente Jair Bolsonaro, na última terça-feira.

O Ibovespa fechou em queda de 2,75%, aos 107.735 pontos, um dia depois de o ministro Paulo Guedes confirmar que parte do Auxílio Brasil, programa que vai beneficiar o Bolsa Família, será paga fora do teto de gastos.

Declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o pagamento de uma "ajuda" aos caminhoneiros como compensação pelos reajustes recentes no preço do diesel e as negociações para a revisão do teto também intensificaram o clima pesado nos mercados.

Em seus piores momento no dia, a Bolsa chegou a cair mais de 4%. O índice não fecha abaixo dos 110 mil pontos desde o dia 20 de setembro, quando ficou em 108.844 pontos.
"Hoje é um aprofundamento do que já vínhamos vivendo há alguns meses. Perdeu-se o tato da âncora fiscal, que é o teto de gastos. A fala do ministro Paulo Guedes, ontem, que foi entendida como uma licença para gastar, somou-se à deterioração do risco macroeconômico", afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus.

Ele complementa:
" O mercado havia precificado várias reformas e uma melhora da inflação e da arrecadação no segundo semestre, e nada disso ocorreu. As declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre os caminhoneiros ajudaram a piorar a situação."

"Diante dos ruídos associados ao novo programa Auxílio Brasil, que coloca em xeque a nossa âncora fiscal (teto dos gastos), decidimos reduzir a estimativa para o índice no final do ano para o intervalo entre 118 e 120 mil pontos, tendo como premissas um cenário conservador de múltiplo P/L, os lucros projetados para as empresas de 15% no segundo semestre e as incertezas sobre a manutenção do arcabouço fiscal", informou a corretora em relatório.

Risco-país e juros futuros em alta
Conforme o mercado absorve a ideia de que o teto fiscal será estourado, o Risco-País aumenta. Os contratos de credit default swaps (CDS) para o Brasil em um ano, que representam o termômetro do grau de risco percebido pelos investidores, tiveram aumento de 5,19%. No contrato de dois anos, a alta foi de 3,68%. Para cinco anos, o Risco-Brasil teve aumento de 3,3%. E, para 10 anos, 2,3%.

As taxas de juros futuros também subiram nesta quinta-feira, refletindo a maior percepção de risco.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 7,66% no ajuste anterior para 7,91% e a do DI para janeiro de 2023 passou de 9,91% para 10,56%.

O juro do DI para janeiro de 2025 disparou de 10,90% para 11,51% e o do DI para janeiro de 2027 avançou para 11,82% ante os 11,27% da leitura anterior.

"Se tem uma coisa que o mercado não gosta é de governo que dá guinadas populistas e flerta com a irresponsabilidade fiscal, ainda mais tratando-se de um país emergente como o Brasil. Voltamos ao tempo da contabilidade criativa de poucos anos atrás", disse Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Matéria na íntegra AQUI

Fonte: Último Segundo
Foto: Reprodução

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