Em ligação gravada, o diretor-executivo da empresa afirma que o denunciante deve "valorizar filha, sua família"
Um médico afirmou ter sido coagido e ameaçado pelo diretor-executivo da da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, após denunciar a prática da operadora de receitar medicamentos do Kit Covid. Batista Júnior será ouvido pela CPI da Covid nesta quarta-feira (22/9).
A empresa é acusada de ter coagido médicos para que adotassem o protocolo de aplicar os remédios do kit em pacientes sem o conhecimento deles ou dos familiares. A empresa também é suspeita de ter ocultado, em estudo sobre a cloroquina, o número de mortes de pessoas em tratamento contra a Covid-19.
O médico denunciante gravou uma ligação com Batista Júnior do dia 9 de abril deste ano. Na ocasião, ele havia relatado irregularidades à imprensa nos procedimentos da Prevent. A gravação foi obtida pela Folha de S.Paulo e está entre os documentos analisados pela CPI da Covid.
O denunciante também registrou as ameças em um boletim de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo contra Batista Júnior. Além disso, o áudio foi anexado ao processo que o médico responde no Conselho Regional de Medicina (Cremesp), a pedido da Prevent Senior, por “vazamento de prontuários”, nos depoimentos.
O profissional também alega que foi obrigado a trabalhar em um plantão mesmo estando com Covid-19.
Na ligação, Batista Júnior diz que o médico “tem muito a perder” e fala para ele “valorizar filha, sua família”. Ele afirma que o profissional deve impedir que a entrevista que fez relatando as irregularidades feitas pela Prevent Senior vá ao ar.
“Você não ganhou nada com isso. Eu vou pegar cada um dos prontuários dos pacientes que você não tratou e vou mostrar quantos deles foram para a UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. É isso que eu vou mostrar, porque eu tenho que provar alguma coisa”, disse o diretor-executivo.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução
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