Ofício à Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) reproduz trechos de recomendação do MPF de que manifestação política é "imoralidade administrativa".
O Ministério da Educação encaminhou ofício em fevereiro à Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) em que pede providência para “prevenir e punir atos político-partidários nas instituições públicas federais de ensino".O documento reproduz trechos da recomendação do Ministério Público Federal (MPF) que diz que bens públicos “não podem ser empregados para promoção de eventos de natureza político-partidária, porque destoante da finalidade pública a que se destina, que é a prestação de serviços públicos específicos, a promoção do bem comum da sociedade”.
De acordo com o texto, a manifestação política contrária ou favorável ao governo representa malferir "o princípio da impessoalidade". Um outro trecho da recomendação diz que "a promoção de eventos, protestos, manifestações etc. de natureza político-partidária, contrários ou favoráveis ao governo, caracteriza imoralidade administrativa".
A orientação é baseada em uma recomendação de 2019 do procurador-chefe da República em Goiás, Ailton Benedito de Souza. O procurador é conservador e bolsonarista, sendo atuante em defesa do presidente Jair Bolsonaro. Ele se descreve como "anticomunista" e dá apoio irrestrito à agenda do Executivo federal, embora atue no MPF com assuntos diretamente relacionados ao governo.
O ofício, datado do dia 7 de fevereiro, é assinado pelo diretor de Desenvolvimento da Rede de Ifes, Eduardo Gomes Salgado. Ele esclarece que a recomendação visa atender à solicitação da Corregedoria do Ministério da Educação, em “face ao recebimento de denúncias”.
Fonte: Adriana Mendes/O Globo
Foto: Agência Brasil
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