O dado é da mais recente pesquisa da Vox Populi. Talvez não dure dois anos a lamentável experiência à qual fomos levados em 2018.
A mais recente pesquisa Vox Populi é péssima para Jair Bolsonaro. Em todas as dimensões pesquisadas, os números são muito ruins para ele e seu governo.
O levantamento foi realizado entre os dias 23 e 26 de agosto e, na amostra nacional, foram ouvidos 2 mil eleitores, número suficiente para identificar como a opinião pública vê a situação do País e o ocupante do Palácio do Planalto, seu comportamento e algumas políticas.
Pior do que uma notícia ruim, só duas notícias ruins. A pesquisa Vox foi a segunda na mesma semana a apresentar resultados poucos animadores para o ex-capitão. O instituto MDA, contratado pela Confederação Nacional dos Transportes, também mostrou que a imagem de Bolsonaro está em adiantado processo de decomposição.
Segundo os dados do Vox, o governo Bolsonaro tem a avaliação positiva de 23% dos entrevistados, entre os quais estão 5% que enxergam motivos para classificá-lo como “ótimo”. Na outra ponta, há cinco vezes mais gente que o considera “péssimo”, perfazendo 27% do total, além de 13% que dizem ser eles apenas “ruim”. Por enquanto, ainda há um terço, 35%, que define o governo como “regular”.
Um desavisado poderia supor que a avaliação negativa, superior àquela de qualquer presidente brasileiro em época parecida, é fruto das dificuldades que o País enfrenta. Não é, porém, o caso, pois a pesquisa indica que a imagem pessoal do ex-capitão é igualmente ruim.
Dizem “gostar muito” de Bolsonaro 11% dos entrevistados, metade dos 22% que afirmam detestá-lo. Outros 19% alegam que “gostam um pouco, mas não muito”, e 23% que desgostam, sem detestá-lo. Restam 24% que se declaram indiferentes. Para quem alimenta a imagem de “mito” do ocupante do Palácio do Planalto, é bom lembrar que seus seguidores fiéis não vão além de um em cada dez eleitores. Não chega a ser um dado impressionante. Muito longe disso.
Impressiona mesmo é a velocidade na qual piora a avaliação. Há menos de dois meses, na safra anterior de pesquisas, feitas pelo Datafolha e o Ibope, Bolsonaro ainda mantinha uma avaliação positiva em torno de 30%, o que foi comemorado até por ele próprio. Sabe-se lá o motivo, ele e alguns comentaristas imaginaram que esses 30% eram seu piso e que, a partir dessa base, ele poderia não apenas disputar a reeleição, como seria favorito a vencê-la, pois nenhum adversário partiria de tal ponto.
Balela. Passaram-se algumas semanas e o tal terço virou poeira. Tratava-se, na verdade, de apenas um estágio na descida da ladeira. Depois dos 30, vieram os 20, e logo estaremos nos 10.
O prognóstico para o ex-capitão é negativo. O horizonte de erosão acelerada da popularidade era previsível e é confirmado dia após dia. Nada tem de conjuntural, ainda que as inacreditáveis atitudes tomadas em relação à devastação causada pelos incêndios na Amazônia precisem ser contabilizadas nos resultados obtidos.
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Fonte: Marcos Coimbra/Carta Capital
Foto 1: Alan Santos/PR
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