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quinta-feira, 2 de setembro de 2021

COAF VÊ TRANSAÇÃO "ATÍPICA" EM REPASSE DE R$ 125 MIL FEITO POR AGRICULTOR A RICARDO BARROS

Os dois dão versões diferentes para suposto empréstimo que tirou líder do governo de ‘aperto’ financeiro

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revela um depósito de R$ 125 mil feito em março deste ano por um agricultor paranaense ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), dono de um patrimônio de R$ 5,5 milhões e investigado pela CPI da Covid. Perguntados sobre a transferência, eles apresentaram versões diferentes sobre detalhes da transação.

Morador de Maringá, reduto eleitoral de Barros, o agricultor é João Beraldo. Embora se diga “pobre”, ele admite o repasse ao deputado. Beraldo conta ter sido procurado por um interlocutor de Barros, alegando que o político estaria passando por um “aperto”. O parlamentar, por sua vez, afirma ter telefonado diretamente para Beraldo. O levantamento do Coaf está em posse da CPI.

De acordo com o agricultor, Barros está lhe devendo até hoje:
— Uma terceira pessoa me pediu (que emprestasse o dinheiro a Barros), e eu emprestei. Não quero falar o nome dessa pessoa. Disseram que era um aperto, que ele (Barros) estava precisando do dinheiro, e eu emprestei. Não recebi até hoje. Ele deu prazo de 30 a 40 dias para pagar e não pagou. E está prorrogando, diz que vai pagar mais para frente. Não tenho nada a esconder. Não tenho contato com Barros, não tem conversa com ele. Não falo com ele nem por telefone. Falei por telefone uma vez só, sobre outro assunto, e nunca mais falei — disse Beraldo.

Na última prestação de contas à Justiça Eleitoral, o líder do governo declarou bens que somam R$ 5,5 milhões e patrimônio líquido de R$ 446 mil.

Beraldo afirmou que, como o empréstimo foi feito em março deste ano, a transação será declarada no Imposto de Renda relativo ao ano de 2021.
— Se alguém fez algo errado, foi ele. Não fui eu —prosseguiu.

Indagado sobre sua ocupação, Beraldo disse que é agricultor:
— Não sou empresário. Eu mexo com agricultura e com aviários, produção de galinha. É isso o que faço, nada mais. Eu sou pobre, não sou rico. Mexo com agricultura a vida inteira.

Em um conflito de versões, Barros disse ao GLOBO que entrou em contato com diretamente com Beraldo e reforçou a necessidade do empréstimo apesar dos bens declarados à Justiça Eleitoral.
— Tenho conta para pagar. Vendo carro, vendo imóvel. O problema é a restrição de crédito que temos no banco. PPE (pessoa politicamente exposta) tem restrição de empréstimo. Eu conheço ele (Beraldo), é uma pessoa da nossa cidade, que empresta recursos quando preciso. Não sei dizer se ele faz para outras pessoas. Eu liguei para ele, perguntei se podia me emprestar um dinheiro, ele disse: ‘Posso’ — afirmou Barros.

Fonte: O Globo
Foto: Agência Senado

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