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terça-feira, 4 de maio de 2021

DESAFETO DE BOLSONARO, MANDETTA É PRIMEIRO A DEPOR NA CPI DO CORONAVÍRUS

Crítico à atuação do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de coronavírus, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta será o primeiro a depor na CPI da Covid, hoje, a partir das 10h, 

Enquanto o governo trabalha para tentar evitar que Mandetta use a comissão parlamentar de inquérito no Senado como palanque eleitoral para 2022, os senadores de oposição devem explorar os posicionamentos passados do ex-chefe da Saúde, que já chegou a classificar como "genocida".a atuação do governo no enfrentamento da crise sanitária.

Ao longo da última semana, os senadores de oposição levantaram dados sobre a atuação do Ministério da Saúde e devem aproveitar as críticas de Mandetta em relação ao uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da covid, como ivermectina e hidroxicloroquina, para atacar o governo. 

Já a tropa de choque governista, em minoria na CPI, só deve partir para a ofensiva caso Mandetta adote um tom incisivo contra Bolsonaro. A ideia dos aliados do presidente é associar Mandetta à estratégia inicial governo no enfrentamento da covid, na tentativa de diminuir sua credibilidade como crítico de medidas tomadas por Bolsonaro. 

Os aliados do Planalto enfrentam ainda uma situação inusitada perante o DEM, pelo fato de Mandetta ser filiado ao partido ao mesmo tempo em que o governo quer atrair a sigla para que fique ao seu lado nas eleições de 2022. Um dos principais governistas na CPI e um dos vice-líderes do governo no Congresso, o senador Marcos Rogério (RO), inclusive, é integrante da sigla. 

Mandetta ocupou o cargo de ministro da Saúde de janeiro de 2019 a abril de 2020, início da pandemia. Quando ele foi demitido, a média móvel de mortes pela covid era de 142 óbitos por dia — hoje é de 2.375. Mais de 407 mil pessoas morreram no Brasil em razão da doença.

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Fonte: Lucas Valença/UOL

Foto: Reprodução Vídeo

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