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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

DESABRIGADOS DE COMUNIDADE QUE PEGOU FOGO EM SANTA CRUZ NÃO QUEREM IR PARA ABRIGOS DA PREFEITURA: "A GENTE QUER UMA GARANTIA"

Em uma reunião da Secretaria de Assistência Social Laura Carneiro com os desabrigados pelo incêndio da última quinta-feira na localidade Jesuítas, em Santa Cruz, Zona Oeste, os moradores da comunidade Unidos Venceremos se recusaram a ir para algum abrigo da Prefeitura. No momento, há 215 pessoas no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, sendo 54 crianças e 162 adultos. As famílias estão recebendo água, máscaras, álcool em gel e alimentos. A comunidade ficava entre os condomínios residenciais Aveiro e Cascais, do Minha Casa, Minha Vida.

— Agora de tarde, nós faremos um cadastro como o que foi feito ontem para ver se eles tem algum amigo ou parente que possam recebê-los e ver os que querem ser recebidos em abrigos de famílias, não nos de população em situação de rua. Nós vamos ver agora com o prefeito Eduardo Paes e com o secretário de Habitação para que seja tomada alguma medida — disse Laura.

As roupas doadas estão sendo divididas por gênero, tamanho e idade para serem enviadas às famílias. No momento, há duas crianças internadas no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, uma por desidratação e a outra por ter inalado monóxido de carbono durante o incêndio. Elas passam bem e estão com as suas mães.

— A mudança agora que deve acontecer depende da mudança de caixa da prefeitura, vamos tentar uma solução para todos — informou a secretária.

A ocupação Unidos Venceremos existia há 4 anos e meio. Antes de ter este nome, o local levava o nome de Joana D’Arc. Segundo a representante dos moradores, a dona de casa Rose Rocha, o incêndio teria começado com um curto-circuito em um ventilador de teto de um dos barracos. Ela explica que muitos não concordam com a forma que a prefeitura ofereceu de fazer a triagem das pessoas.
— Eles estavam querendo levar cada um para um lugar, e ninguém está aceitando. A gente só quer ter a certeza de que é para ajudar de fato, com algo escrito. A gente quer uma garantia — disse Rose.

Em julho do ano passado, os moradores chegaram a fazer uma manifestação na Avenida Brasil para reivindicar moradias dignas. Há 2 anos, o então prefeito Marcelo Crivella havia prometido aos moradores que levaria todos para o aluguel social.

— Agora nós também vamos cobrar o prefeito Eduardo Paes — afirmou Rose.

Em junho, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação havia informado que tinha realizado o cadastramento das famílias da localidade e que estaria concluindo o levantamento para verificar quem teria direito ao Auxílio Habitacional Temporário. A prefeitura tinha destacado ainda que, por se tratar de uma invasão, seria preciso que os moradores deixassem as construções, que deveriam ser demolidas, para receber o auxílio. No entanto, muitos teriam se recusado a deixar a comunidade.

Doações
Todas as doações para os desalojados pelo incêndio devem ser encaminhadas ao CRAS Jorge Gonçalves, Rua Primeira, número 61, em Santa Cruz.

As doações devem se limitar a itens de vestuário, como roupas e calçados. Os demais itens de primeira necessidade como água, alimentos, álcool, máscaras e outros objetos de uso pessoal estão sendo fornecidos pelas equipes da Prefeitura.

O Centro Esportivo Miécimo da Silva, onde as famílias estão temporariamente abrigadas, já não comporta mais doações, e todas as roupas já doadas estão sendo encaminhadas para o CRAS de Santa Cruz.

Fonte: Gilberto Porcidonio e Fabiano Rocha/Extra Globo

Foto: Fabiano Rocha

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