Durante entrevista, ministro comentou vazamentos do Intercept, repudiou discurso nazista de Roberto Alvim e criticou juiz de garantias.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, menosprezou os vazamentos noticiados pelo site The Intercept Brasil que mostram diálogos suspeitos com o procurador Deltan Dallagnol no âmbito da Operação Lava Jato. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ex-juiz chamou o conteúdo de “monte de bobajarada”
Moro repetiu o discurso que utilizou em uma sequência de ocasiões em que se defendeu sobre o caso, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal. Ele sustentou que não reconhece a autenticidade das mensagens veiculadas, afirmou que o noticiamento teve como fonte uma operação criminosa de hackeamento e que não houve ninguém condenado injustamente.
“Nunca dei importância para aquilo [os vazamentos], foi um monte de bobajarada. Nunca entendi muito bem aquilo. Agora, foi usado politicamente para tentar soltar criminosos presos, pessoas que haviam sido condenadas por corrupção e, principalmente, enfraquecer politicamente o Ministério da Justiça e Segurança Pública”, disse Moro.
Ele também afirmou que a acusação de conluio na Lava Jato é “farsa” e que houve uma série de absolvições na operação, comprovando, assim, que não havia conduta parcial por parte do julgamento.
O ministro foi perguntado ainda sobre a ocasião em que liberou um áudio que comprovava a intenção da então presidente Dilma Rousseff (PT) a nomear o petista Luiz Inácio Lula da Silva para o comando do Ministério da Casa Civil, em 2016.
Para Moro, sua atuação foi correta. Segundo ele, a Polícia Federal entendeu que havia uma tentativa de obstrução de justiça por parte de Lula, que buscava se refugiar na condição do foro privilegiado para obter benesses judiciais enquanto ministro.
Discurso nazista foi “episódio bizarro”
Sergio Moro chamou de “episódio bizarro” o caso de reprodução de discurso nazista pelo então chefe da Secretaria Especial de Cultura, Roberto Alvim, em vídeo institucional publicado na quinta-feira 16. Foi a primeira vez em que o ministro se pronunciou publicamente sobre o caso.
Moro havia sido perguntado por que não se posicionou para repudiar a homenagem nazista do então secretário, nem para rechaçar os atentados ao prédio do canal Porta dos Fundos, com autoria reivindicada por um grupo de inspiração fascista.
No caso de Roberto Alvim, Moro justificou que expôs sua opinião internamente, para a cúpula do governo do presidente Jair Bolsonaro. O ministro disse que não se sente obrigado a ser “comentarista sobre tudo” e que respeitou a posição do presidente da República de falar pelo poder Executivo.
“Acho que não cabe a um ministro da Justiça e Segurança Pública ser um comentarista sobre tudo, ser um comentarista político ou atuar como se tivesse a responsabilidade de falar sobre tudo. Nesse caso do secretário de Cultura, ao meu ver, foi um episódio bizarro e a situação era insustentável”, avaliou. “Tendo ciência desse episódio, eu dei minha opinião, mas ao presidente. Cabe a ele tomar a decisão. E ele tomou a decisão correta: o secretário foi demitido tão logo pela manhã.”
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Fonte: IstoÉ
Foto: Reprodução TV Cultura
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