Mel Rhayane Ribeiro de Jesus, de 6 anos, foi levada pelo pai para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, onde chegou sem vida.
Uma criança de apenas seis anos, com sinais de espancamento, chegou morta ao Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio, na tarde desta sexta-feira. Mel Rhayane Ribeiro de Jesus teria sido torturada pelo pai, Rodrigo Jesus da França, que confessou o crime, está preso na Divisão de Homicídios da Capital (DH-Capital), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Foi ele quem levou a menina, já sem vida, ao hospital. Ele pediu para ser preso porque temia ser linchado por moradores do Complexo do Lins.
À polícia, ele contou que conseguiu a guarda da filha em dezembro passado, depois de denunciar que a criança era estuprada pelo ex-padrasto. Mas, em razão do trauma, Mel teria desenvolvido um distúrbio psiquiátrico que a levava a se masturbar e, por causa disso, ele a espancava para que parasse.
A mãe da menina, Fernanda Cristina Ribeiro Tavares, no entanto, negou a a acusação e disse que o pai inventou essa história para conseguir a guarda da criança e não pagar a pensão alimentícia que devia.
— Quando a guarda da minha filha foi dada para Rodrigo, em dezembro de 2018, eu nem estava mais casada. Eu me separei porque não deu certo o relacionamento, não porque o meu ex-marido tenha feito algo com a minha filha. Ele é uma pessoa boa, nunca faria o que estão acusando ele. O Rodrigo só inventou isso para não pagar a pensão. E agora a minha filha está morta de tanto que ele bateu e torturou ela — afirmou Fernanda.
Contrariando a versão de Fernanda, agentes da 26ª DP (Todos os Santos), que acompanharam o caso nesta sexta-feira, afirmam que a mãe da menina tinha conhecimento dos abusos sexuais feito pelo ex-marido. Ainda de acordo com a polícia, a criança desenvolveu um distúrbio psiquiátrico que a levava a se masturbar. Por causa disso, o pai a espancava e a torturava para que parasse, segundo informou a Polícia Civil.
Outros detalhes que os policiais da 26ª DP falaram, foi que Fernanda já tem passagem polícia, também por maus tratos a filha.
Fernanda nega a versão da polícia, e diz ainda que a última vez que viu a filha foi em dezembro de 2018, quando a guarda da criança foi concedida ao pai.
— Há um laudo que comprova que a minha filha não foi violentada pelo meu ex-marido. O Rodrigo fez isso para não pagar pensão. Ele não me deixou mais ver a Mel. Não conseguia falar com ela nem por telefone. Em janeiro de 2019, eu recorri da decisão da Justiça de dar a guarda para ele, mas a audiência só foi marcada para julho, quando já era tarde demais e a minha filha já estava sendo torturada.
O GLOBO teve acesso ao laudo descrito por Fernanda, que, no primeiro momento, nega que Mel tenha sido estuprada.
Foto: Letícia Gasparini / Agência O Globo
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