Se no caso triplex Sergio Moro teve de fazer "piruetas jurídicas" para condenar Lula, nesta ação penal envolvendo a Odebrecht, o leitor não deve esperar menos do que um verdadeiro espetáculo circense.
Se na sentença do caso triplex o juiz Sergio Moro teve de dar umas "piruetas jurídicas" para condenar Lula, nesta segunda ação penal - na qual a Lava Jato afirma que o petista recebeu um apartamento da Odebrecht e a prova disso é que ele não teria pago os aluguéis, mas, sim, "falsificado" os recibos - o leitor não deve esperar menos do que um verdadeiro espetáculo circense.
Quem está na corda bamba, se esforçando ao máximo para não deixar a narrativa cair por terra, é o réu Glaucos da Costamarques, primo distante de José Carlos Bumlai. Ele é o elo que liga a Odebrecht a operações que supostamente teriam beneficiado Lula.
Diante de Moro nesta sexta (15), pela segunda vez, Glaucos impôs algumas derrotas à turma de Deltan Dallagnol. Ele atestou a veracidade de provas levadas aos autos pela defesa de Lula e ainda disse expressamente que é dono do apartamento atribuído ao ex-presidente pelos procuradores.
O GGN já mostrou, com base em um relatório da Polícia Federal que teve seu verdadeiro teor abafado pela grande mídia, que Glaucos possivelmente colabora com a Lava Jato, na condição de um delator informal, porque a Receita encontrou movimentações supeitas em suas contas. E essas movimentações envolvem depósitos que somam mais de R$ 8 milhões, que ele recebeu de seus filhos. (Leia mais aqui)
A Lava Jato, como se sabe, é especialista em arrastar familiares para o olho do furacão como forma de pressionar os investigados a colaborar. Paulo Roberto Costa é o exemplo mais lembrado.
Glaucos é réu, assim como Lula e o advogado Roberto Teixeira, além de executivos da Odebrecht, porque comprou um imóvel que seria ofertado para o Instituto Lula. Mas, na mídia, a segunda parte da denúncia da Lava Jato ganhou mais espaço: a compra de um apartamento vizinho ao do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, também por Glaucos, a pedido de Bumlai.
Pois foi na esperança de cair nas graças de Moro que Glaucos disse ao juiz que entre fevereiro de 2011 (quando fez o contrato com Marisa Letícia), e novembro de 2015 (quando Bumlai foi preso), Lula não pagou o aluguel pelo espaço.
O problema na história de Glaucos, até então, era o fato de que ele mesmo declarou o recebimento dos aluguéis em seu imposto de renda, todos os anos.
Quando a defesa de Lula surgiu com os comprovantes de pagamento, a Lava Jato e os jornais que funcionam como porta-vozes dos procuradores entraram em polvorosa. Trataram os recibos como peças falsas e insuficientes para atestar a versão de Lula. Abriu-se um incidente de falsidade.
Foi no âmbito deste incidente de falsidade que Glaucos foi chamado para depor novamente diante de Moro, nesta sexta-feira (15). A missão do réu era desmontar todas as provas que foram levantadas em favor de Lula e contra a narrativa criada pela Lava Jato. Além dos recibos, existem:
- Sírio Libanês negando que Roberto Teixeira tenha visitado Glaucos no hospital em data referida por este último. Glaucos afirma que, no Sírio, Roberto lhe informou que a partir de novembro de 2015, o aluguel seria pago.
- E-mail trocado entre Glaucos e o contador responsável pela declaração do imposto de renda de Lula, no qual o primeiro expõe os valores de aluguel recebidos ao longo de 2013.
A questão principal neste segundo depoimento de Glaucos era saber se ele confirma que assinou os recibos apresentados pela defesa de Lula. Ele disse que sim, a assinatura era dele.
Ele reafirmou que não recebeu aluguel entre fevereiro de 2011 e novembro de 2015. Mas agora surgiu com um fato novo: uma explicação do por quê declarava no imposto de renda um aluguel que ele não recebia.
VEJA AQUI A MATÉRIA COMPLETAFonte: Cíntia Alves
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