Grupo pediu a volta das visitas íntimas nos presídios federais.
Nesta semana, o ministro fez acusações ao comando da polícia do Rio.
O jornal O Globo revelou, neste sábado (4), que um deputado federal do rio levou parentes de traficantes de drogas para uma audiência com o ministro da Justiça, Torquato Jardim. O grupo pediu a volta das visitas íntimas nos presídios federais.
Nesta semana, o ministro acusou o comando da polícia do Rio de aceitar nomeações de deputados e de ser sócio do crime organizado.
A informação foi publica no jornal O Globo deste sábado (4). O deputado Francisco Floriano, do Democratas do Rio de Janeiro, levou a mulher, uma irmã e um filho do traficante, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, além das esposas de outros dois criminosos, para uma audiência com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, em julho deste ano.
O deputado pediu a Torquato que revogasse a proibição de visitas íntimas nos presídios federais de segurança máxima, decretada havia dois meses pelo governo brasileiro. Segundo a reportagem, o deputado disse que o ministro respondeu que o caminho não era com ele.
Em entrevista, na tarde deste sábado (4), o deputado deu mais detalhes sobre essa audiência.
"Foi pedida oficialmente, foi pedida por meios alegando o que seria. Que era questão dos requerimentos dos direitos dos familiares dos internos e sem distinguir se era para A ou B ou C", diz o deputado Francisco Floriano, DEM-RJ.
Esse encontro não aparece nos registros oficiais da agenda do ministro Torquato Jardim. Mas o Jornal Nacional confirmou com uma fonte do ministério, que a audiência se deu no dia 4 de julho, durou 20 minutos e que embora o ministro soubesse que se tratava de assistência social a famílias de presidiários, foi surpreendido com a presença dos parentes dos presos.
O ministro da Justiça está numa espécie de quarentena desde que expôs sua visão sobre as relações de autoridades do Rio com o crime organizado. Em entrevista, no início da semana, Torquato Jardim disse que o comando da PM é indicado por deputados e que comandantes de batalhões são sócios do crime organizado. E isso provocou a ira de aliados do presidente Michel Temer.
O governador Luiz Fernando Pezão pediu ao Supremo Tribunal Federal que cobre explicações do ministro. A Comissão de Segurança Pública da Câmara quer convocá-lo para que ele dê nomes aos bois.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que é do Rio, cobrou manifestação pública do governo. Mas, apesar do que o próprio Planalto chamou de climão provocado por Torquato, a ordem é esperar a poeira baixar. Contando com o paradão do feriado prolongado, o próprio presidente tratou de apaziguar os ânimos. Torquato esteve duas vezes, na sexta (3), no Jaburu, extra-agenda.
E o ministro saiu deixando claro que adotou um silêncio bíblico, citando até a sabedoria de Salomão, que nos ensina que há tempo de falar e tempo de calar. Depois de falar demais, Torquato, agora, está no segundo tempo, calado.
Fonte: Jornal Nacional
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