RNPOLITICAEMDIA2012.BLOGSPOT.COM

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

VEREADORES SE DEFENDEM DE ACUSAÇÕES DE HOMOFOBIA E PROVOCA BATE-BOCA.

Ronaldo Luz (PMDB) se desculpou por declaração feita na última semana, em que diz que 'homossexualismo é uma enfermidade, uma patologia'.

Câmara de Maceió virou palco para troca de acusações entre vereadores nesta terça-feira (17). A discussão começou quando alguns deles utilizaram a tribuna para se defenderem de acusações de que teriam feito afirmações homofóbicas em plenário na semana passada, durante fala do vereador Ronaldo Luz (PMDB). Ele disse que o “homossexualismo é uma enfermidade, uma patologia”.
A confusão começou na última quarta (11). Luz utilizava a tribuna para criticar uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo, sobre intolerância que, na visão dele, “feria de forma grave a imagem de Nossa Senhora”. Depois disso, ele resolveu definir o que, em sua visão, era a homossexualidade.
“O homossexualismo eu considero, como médico, uma enfermidade, uma patologia. Eu tenho o direito de considerar, sim. E ele tem suas formas leve, moderada e grave, assim como a hipertensão”, afirmou o vereador (clique aqui para assistir ao vídeo da sessão; a fala dele começa a aos 46'30").
Ronaldo Luz prosseguiu dizendo que antigamente, muitos homens viravam padres para esconder a homossexualidade e não envergonhar a família e que não aceita que, atualmente, as pessoas digam que ser gay é normal.
“Tenho muitos amigos homossexuais, pessoas adoráveis, que jamais condenaria. Mas transmitir à sociedade que a atitude homossexual é normal, não é. É uma infelicidade. Não é uma coisa normal, é uma enfermidade”, explica Luz.
Ele conclui dizendo que uma maior quantidade de pessoas assumindo a homossexualidade está fazendo com que surjam novos homofóbicos, o que ele disse também condenar.
“A preocupação maior é que a pessoa que tem uma vida homossexual pode estar estimulando a formação de novos homofóbicos. A preocupação é essa: evitar a formação, o aparecimento de novos homofóbicos, que eu condeno”.
A fala de Luz foi apoiada por dois outros vereadores, Samyr Malta (PSDC) e Francisco Sales (PPL). Malta disse que o erro está no incentivo que a sociedade dá para esse comportamento. “Não gosto de julgar, mas o que está errado é a sociedade incentivando. Meu avô dizia, ‘diga-me com quem andas e eu te direi quem és’. Se você não é, mas convive com pessoas que são, pode ser levado a fazer”.
Outros vereadores discordaram do posicionamento de Ronaldo Luz. Entre eles, Fátima Santiago (PP), que também é médica, Lobão (PR) e Tereza Nelma (PSDB).
“A homossexualidade sempre existiu. Não é patologia nem deformidade, é secular. Não concordo que haja cura. É balela”, defendeu Tereza.
Pedido de desculpas e novo debate
Grupos de defesa da população LGBT emitiram notas de repúdio após tomarem conhecimento da fala de Ronaldo Luz, e realizaram nesta tarde uma manifestação contra o vereador em frente à Câmara.
Em nota enviada à imprensa nesta terça, Luz pediu desculpas pelo mal entendido, e disse que suas palavras foram mal interpretadas. Ele reafirmou essa posição em discurso no plenário.
Já os vereadores Samir Malta e Francisco Sales utilizaram a tribuna para se defender, pois também foram citados nas notas de repúdio. Eles afirmaram que em momento algum foram homofóbicos.
“Eu não fui infeliz no que disse, porque não falei nada sobre esse assunto aqui. Eu disse que tem homossexual que é mais homem que muitos homens. Isso é homofobia? Para criticar a classe de vocês? Eu mereço uma nota de repúdio por isso? Se eu disser que quero um filho gay, eu minto, mas pode acontecer. Quero deixar claro que não sou homofóbico”, disse Malta.
Já Sales afirmou que “tenho meu posicionamento, meu respeito. Preconceito a gente resolve tratando como iguais. Essa é a melhor forma para combater o preconceito”.
Além disso, eles acusaram a vereadora Tereza Nelma de inflamar os grupos LGBT contra eles, atribuindo aos dois declarações que não teriam dado.
“O senhor vir falar aqui sem antes falar comigo e me acusar, é porque sou mulher. Olhe como vocês conversaram entre si. Agora vir para cima de mim, me expor. Não fui eu. Não participei de nenhuma nota de repúdio, não participei de nada disso. O senhor [se dirigindo a Malta] para falar meu nome deve ter provas, mas não tem”, se defendeu a vereadora.

Fonte: Derek Gustavo/G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTÁRIO SUJEITO A APROVAÇÃO DO MEDIADOR.